Por Flávio Azevedo
Um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) aponta que diversas profissões terão mercado promissor nos próximos cinco anos. Petróleo e gás; infraestrutura industrial e urbana; e turismo são os setores que mais oferecerão oportunidades. No setor produtivo, as áreas que estão em expansão são mecânica, solda, eletricidade e automação. Empresários ligados a esses setores e analistas econômicos afirmam que cerca de 150 mil novos postos de trabalho serão criados nestes setores até 2015.
De acordo com o diretor do departamento jurídico do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro (SindiPetro), Edison Munhoz, só no setor petroquímico e de petróleo a expectativa é de mais de 30 mil novos postos de trabalho nos próximos cinco anos. “Desse volume de novos empregos, 10 mil serão na área de engenharia de petróleo. Os empregos indiretos do setor também deverão gerar cerca de 50 mil novos postos de trabalho. O problema, porém, é a qualificação dessa mão de obra, que sempre é muito específica”, ressaltou.
Também tem essa preocupação, o conferencista e consultor das áreas de estratégia, planejamento e gestão da Fundação Getúlio Vargas (FGV), João Brandão, que alerta para o que chama de “apagão de mão de obra”. Para ele a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos que acontecerão no Brasil (em 2014 e 2016, respectivamente), irão criar uma grande demanda na área de serviços. “O tempo para qualificar essa mão de obra será curto e nós teremos dificuldades, porque as empresas terão que contratar profissionais com menor qualificação e prepará-los na empresa”, prevê.
Petróleo
Engenheiros de petróleo e de ambiente são as carreiras que mais prometem contratar nos próximos cinco anos. O coordenador de projetos de educação da Firjan, Allan Fonseca, comenta que “o crescimento da cadeia de petróleo somada à introdução da alta tecnologia do setor industrial tirou do estado do Rio de Janeiro, 20 anos de paralisação”. Já o secretário Executivo da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro), Eduardo Santos, informa que o salário médio inicial do engenheiro de petróleo está entre R$ 5 mil e R$ 6 mil.
– Os ganhos desses profissionais podem passar dos R$ 20 mil ao longo da carreira. O engenheiro de petróleo está capacitado para identificar campos de óleo, além de determinar mecanismos de perfuração, exploração e escoamento da produção. A área de atuação desse profissional vai além dos campos de extração e produção de petróleo – diz o secretário, frisando que esses profissionais também estão preparados para atuar com exploração e distribuição de gás natural, cimentação de poços, entre outras atividades.
Setor Naval
Os setores de off-shore e metalmecânica também são áreas promissoras que deverão empregar muita gente nos próximos anos. O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico no Estado do Rio de Janeiro (Simmmerj), Lucenil Carvalho, estima que a maioria desses empregos serão absolvidos do porto que será construído na praia da Beira, no bairro de Itaoca, em São Gonçalo.
– Esse novo terminal é uma das rotas de escoamento para os produtos que serão produzidos pelo Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj). Através do porto também chegarão os equipamentos que vão viabilizar a construção do empreendimento. O local também será destinado a atividades “offshore” e comercial, gerando emprego e renda para todos os municípios da região – disse Carvalho, revelando que por conta dessa demanda, soldadores e caldeireiros, que tem média salarial de R$ 2 mil, serão as profissões que mais oferecerão oportunidades.
Turismo em alta
Eventos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 já estão estimulando o mercado de turismo no Brasil, sobretudo no Rio de Janeiro, cidade sede das Olimpíadas. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Profissionais de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Sintur), George Irmes, nos próximos cinco anos, o Turismo vai gerar cerca de 100 mil novos empregos.
– Hoje, o Rio de Janeiro conta com cerca de 2 mil agências de turismo que empregam mais de 10 mil pessoas. A expectativa é que esse número, no mínimo, dobre até que esses eventos aconteçam. Se somarmos a demanda de hotéis, restaurantes, empresas de transportes aéreo, terrestre e aquaviário; e agências de eventos e shows, mais de 100 mil novos empregos nesse setor serão criados até 2016 – analisa Irmes, que aposta no aumento de postos de trabalho “porque o turismo movimenta outros segmentos do comércio”.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário