domingo, 18 de agosto de 2019

Entorno do viaduto de Rio do Ouro, em Rio Bonito, segue oferecendo transtornos

Flávio Azevedo
Sobre o viaduto, segurança, trânsito fluindo e conforto para os motoristas. Sob o viaduto, abandono, descaso e insegurança para os moradores.
A duplicação da BR – 101 ofereceu conforto e segurança aos usuários da rodovia, mas em contrapartida impôs aos moradores de bairros que margeiam a via uma série de transtornos e problemas. Em Rio Bonito, por exemplo, acessos a várias localidades foram fechados e bairros lindeiros sofrem com poeira, lama e a falta de urbanização nas proximidades das obras mais significativas. A denúncia é do vereador, Rafael Caldas da Silva, o Rafael do Rio do Ouro (Avante). 

O parlamentar destaca que a luta com a Arteris, empresa responsável pelos 322 quilômetros da rodovia BR – 101, trecho que liga Niterói a divisa do Rio de Janeiro com o Espírito Santo, é antiga. Entre os cerca de 8,5 milhões de pessoas que vivem próximos da rodovia, por onde transitam diariamente mais de 110 mil veículos, “está o meu bairro, uma das localidades impactadas com uma das obras, a duplicação do viaduto, iniciativa excelente para quem transita pela estrada, mas que trouxe impactos muito negativos para o Rio do Ouro”.
O bairro mais antigo e promissor de Rio Bonito, cidade distante 70Km da Capital, o Rio do Ouro, onde se instalou em 1755, o sargento-mor Gregório Pereira Pinto, responsável pelo nascimento do município, perdeu toda vitalidade quando a BR – 101 cortou o município na segunda metade dos anos 1960. A destruição mais relevante atingiu a vida silvestre. Num tempo onde as questões ambientais não eram levadas em conta, a construção da rodovia desapareceu com uma área alagada que tinha um bioma diversificado e riquíssimo. No local existiam capivaras, jacarés, muitos peixes e variadas espécies de pássaros. A área pantanosa se estendia do Rio do Ouro até o bairro Sambê, onde está localizada a praça de pedágio. A BR – 101 dividiu o trecho, cursos de água foram desviados, a área alagada foi drenada e a riqueza natural desapareceu.

O vereador Rafael do Rio do Ouro.
Cinquenta anos depois dessa ação criminosa, um ato violento que nunca mais será revertido, outra vez, por conta de obras na mesma BR – 101, os moradores de Rio do Ouro estão vendo seus direitos violados e estão sendo submetidos a transtornos significativos. Nas proximidades do que se convencionou chamar “viaduto de Rio do Ouro”, a área de domínio federal não é cuidada pela concessionária que administra a rodovia.
– Esse trecho não é responsabilidade da Prefeitura igual muita gente pensa. A área de domínio federal também é responsabilidade da concessionária que administra a rodovia. A Arteris tem que dar conta dessa urbanização, porque nós do Rio do Ouro não aguentamos mais tanta poeira, lama, esgoto a céu aberto, buracos, falta iluminação, sinalização, transitar pelo local é um horror e ficou perigoso por causa da insegurança – denuncia o vereador Rafael, que classifica como “descaso” o que está acontecendo.
A passarela que liga o Rio do Ouro ao Parque Maravilha é apontada pelo vereador como fruto de sua constante interlocução com a Arteris.
Para nossa reportagem o vereador Rafael do Rio do Ouro diz que a luta não pode parar e menciona duas conquistas como principais resultados do seu trabalho como representante do Rio do Ouro e bairros próximos: as passarelas que ligam os bairros, Mangueira e Jacuba e Rio do Ouro e Parque Maravilha.
– Durante bastante tempo, ao lado dos moradores, eu lutei muito para conseguir uma passarela que ligasse a Mangueira e a Jacuba. Com a duplicação da rodovia ficou ainda mais complicado atravessar de um bairro para outro e estamos falando de localidades com muitos moradores. Mas conseguimos. Conquistas iguais a essa me animam a seguir lutando e acreditando que nós seremos atendidos em relação ao viaduto do Rio do Ouro, que vai beneficiar os moradores do bairro, das localidades próximas e a população em geral, porque todos passam por ali e sofrem com o que está acontecendo – finalizou.
A passarela que liga os bairros, Mangueira e Jacuba; também é uma conquista apontada pelo vereador como fruto do diálogo que mantém com Arteris.


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