Flávio Azevedo
A luso-brasileira, Carmen Miranda. |
Uma das marchinhas de Carnaval mais queridas e históricas é “Taí”, que esse ano completa nada mais nada menos que 87 anos. Um dos símbolos dos festejos de Momo, “Taí” tem simbolismo importante, porque ela é responsável por revelar ao mundo uma das mais estupendas artistas brasileiras: Carmen Miranda, que com essa canção arrebatou corações, o mundo artístico e a conduziu ao cinema. Inicialmente, “Taí”, como nós conhecemos, não seria marchinha de Carnaval e recebeu o nome de “Pra Você Gostar de Mim”. O compositor foi o médico, Joubert de Carvalho, que escreveu a canção especialmente para Carmem Miranda, em 1930, uma ilustre desconhecida.
O primeiro contato de Joubert de Carvalho com Carmen Miranda foi através da canção “Triste Jandaya”, de Josué de Barros. No comércio de um amigo, ele ouviu a canção seguidas vezes. E quanto mais ouvia mais ele se encantava com a intérprete. O Sr. Abreu, comerciante e dono do disco, percebeu o seu entusiasmo pelo talento da cantora. O compositor estava maravilhado e queria conhecer Carmen de qualquer jeito.
Joubert de Carvalho ainda conversava com o Sr. Abreu quando, talvez por força do destino, Carmen Miranda surgiu na loja. Ao ver a cantora Abreu comentou: “Taí a nova cantora”. O compositor ficou encantado com a graça e alegria de Carmen e disse que tinha interesse em compor algo para ela, que agradeceu e lhe disse onde morava, na Travessa do Comércio. Ao sair da loja, a frase “Taí a nova cantora”, dita pelo amigo comerciante não saia da cabeça de Joubert.
O médico e compositor, Joubert de Carvalho. |
“Pra Você Gostar de Mim” logo caiu no gosto do povo e vendeu 35 mil cópias, um recorde para a época. A canção foi uma das mais repetidas, não só no Carnaval de 1930, mas durante todo o ano. Outro fato inédito foi que a canção manteve a liderança no ano seguinte, o que nunca havia acontecido na história do Carnaval. Em 2016, “Taí” alcançou o 3° lugar na lista das 100 melhores músicas da história do Samba num concurso elaborado pela revista Veja.
Texto da Série "Carnaval de Antigamente", por Flávio Azevedo.
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