Flávio Azevedo
Policiais militares de Rio Bonito aprenderam, por volta das 3h da madrugada desse domingo (05/02), próximo a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), dois menores de Itaboraí que confessaram estar vindo para cidade roubar. Com a dupla, formada por um jovem de 16 anos e outro de 17, os agentes da lei encontraram uma pistola 9mm. Os jovens caminhavam pela Rodovia BR – 101, no sentido Rio Bonito. Ao serem avistados, os policiais decidiram fazer a abordagem. A arma estava em poder do menor de 17 anos. Segundo o registro feito na 119ª DP (Rio Bonito), ao serem indagados sobre o que faziam em Rio Bonito, se ambos moram no bairro Ampliação, em Itaboraí, os menores confessaram que iriam roubar uma moto e telefones celulares para levar para a cidade de origem. A dupla foi conduzida a 119ª DP e posteriormente a 118ª DP (Araruama), onde ficou acautelada.
O relato dos marginais e o volume de vagabundo de outros municípios que tem chegado à cidade para roubar mostram que Rio Bonito virou uma espécie de supermercado ou shopping para a vagabundagem. Quando a necessidade aperta por lá, ou seja, se precisam arrumar uma moto, um carro e telefones celulares, o endereço escolhido para “ir as compras” é Rio Bonito. A sociedade tem percebido isso, tem sentido isso na pele essa realidade, mas as autoridades constituídas (e eu não estou falando da Polícia) ainda vivem no tempo em que o riobonitense dormia de portas e janelas abertas.
Vigilância, cerco apertado, imposição de limites, combate ao tráfico, inclusive no interior do município (onde está mais grave que no Centro), são ações urgentes que precisam ser tomadas pelas autoridades. Isso se o riobonitense pretende ter algum sossego e seguir dizendo que “qualidade de vida” é nosso principal atrativo. A lógica da “cidade pacata de interior”, hoje, só existe na cabeça dos saudosistas, porque a realidade atual é bem diferente. Todavia, por uma série de fatores, que passam pela conivência e pela preguiça de trabalhar, há cerca de sete anos Rio Bonito vem sendo aniquilada pela criminalidade crescente.
Atribuir o aumento da criminalidade as polícias, Civil e Militar, é muito confortável, quando está nítido que o governo do Estado está transferindo mais essa responsabilidade para o município. A frouxidão administrativa de quem ocupa o poder Executivo municipal; a falta de percepção da realidade; e a visão estrábica de quem governa o município, atrapalha e desanima os nossos poucos policiais que têm a “nobre função” de enxugar gelo no que tange ao combate a criminalidade.
O discurso de que o governo municipal começou, agora, é dispensável e uma tremenda desculpa esfarrapada, porque o atual mandatário (José Luiz Mandiocão) reencontra, ao chegar a prefeitura, a mesma realidade que deixou quando foi substituído por sua antecessora em janeiro de 2013. Investimento na Segurança do munícipe era a principal bandeira de campanha da gestão que se iniciou em 2013. A instalação do sistema de monitoramento; cabines nas entradas e saídas da cidade; presença da polícia nos bairros; e a criação da Secretaria Municipal de Segurança Pública; foram promessas de campanha da ex-prefeita Solange Almeida.
Quatro anos depois, a única promessa cumprida foi a criação da pasta de Segurança, nomeada como Gestão e Ordem Pública. O propósito desse setor, porém, foi desvirtuado, uma vez que o tema Segurança nunca foi tratado em sua plenitude por esse setor. O que se pretendia era acomodar apadrinhados e cabos eleitorais, ficando a Segurança, mais uma vez, relegada a um segundo plano.
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