Flávio Azevedo
O prefeito de Rio Bonito, José Luiz Antunes (PP), participou do encontro |
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou, nessa quinta-feira (16/02), em encontro com os prefeitos do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste Fluminense (Conleste), a conclusão da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), no Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj). Os recursos para a finalização da unidade, cerca de US$ 2 bilhões, já estão previstos no orçamento da estatal.
– Podem ter absoluta certeza de que a obra será reiniciada. Esta unidade tem que acontecer. É prioritária para nós. Caso a unidade não fique pronta, nós teremos que diminuir a produção de campos do pré-sal, de onde parte da produção de gás será escoada pela UPGN. A previsão é de retomada das obras no segundo semestre de 2017 e a conclusão da unidade está prevista para 2020 – disse Parente, reiterando que “ao longo do ano serão licitados outros 23 contratos voltados às utilidades que viabilizarão a operação da UPGN, a exemplo de unidades de tratamento de água, fornecimento de energia e instalação de dutos”.
Outro compromisso de Pedro Parente com os prefeitos do Conleste foi avisar antecipadamente, caso seja preciso descontar o repasse de Participação Especial, como aconteceu em novembro de 2016. Ele aproveitou a oportunidade para noticiar que “com o aumento na produção de petróleo e gás, a perspectiva é de crescimento nos repasses, que já tiveram aumento em janeiro deste ano”.
Ainda segundo o comandante da estatal, que vem tentando se reerguer depois da crise institucional e política que atingiu o país, o atraso em entregas de plataformas aumenta os custos operacionais da Petrobras, o que culmina com perda de arrecadação em impostos. A importância das parcerias na área de refino também foi tema da fala do presidente, que revelou ser essa a única forma de concluir o Comperj. “Temos a esperança de que por intermédio das parcerias possamos encaminhar a conclusão da refinaria. É a única forma que temos de retomar a obra do Comperj”.
Impactos do fechamento do Comperj
O Comperj chegou a empregar 30 mil trabalhadores diretos e indiretos. Atualmente, a unidade possui apenas 300 empregados. Itaboraí foi um dos municípios mais afetados pelo abandono do projeto, que é alvo de investigação na Operação Lava Jato. Atualmente, a cidade tem três mil salas comerciais vazias em prédios construídos para atender às demandas do megaprojeto. Segundo dados da Prefeitura, só com a desmobilização do complexo, em 2015, a área de construção civil perdeu 12 mil postos de trabalho com carteira assinada. Em todo comércio da cidade outros 15 mil postos de trabalho foram extintos. O impacto também foi sentido na arrecadação do município. Dos R$ 32 milhões arrecadados no auge dos investimentos, R$ 18 milhões advinham do Comperj. Atualmente, esse número se aproxima de R$ 8 milhões.
Marcaram presença os prefeitos, Rodrigo Neves (Niterói); José Luiz Nanci (São Gonçalo,); Sadinoel Souza (Itaboraí); Anderson Alexandre (Silva Jardim); José Luiz Antunes (Rio Bonito); Valber Carvalho (Tanguá); Jocelito Oliveira (Guapimirim); Renato Bravo (Nova Friburgo); Paulo Dames (Casimiro de Abreu); e Mauro Soares (Cachoeiras de Macacu).
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