Flávio Azevedo
A obra está localizada na Rua D. José Pereira Alves, na Rodoviária de Rio Bonito. |
Eu estou sabendo da queda de um
andaime no Centro de Rio Bonito na manhã dessa sexta-feira (15/01), por volta
das 7h30min. Um prédio que está sendo erguido na rua da rodoviária (D. José
Pereira Alves). Eu ainda não tenho detalhes de mortos, feridos, sobreviventes,
razões, causas ou circunstâncias do incidente, mas aproveito a oportunidade
para dizer que não vou me esforçar para esclarecer a curiosidade mórbida das
pessoas.
Todavia, eu já quero propor uma
reflexão sobre alguns temas relevantes dentro do ocorrido, que geralmente não é
objeto da curiosidade mórbida.
1 – Estou vendo muita gente falando de
“fiscalização”. Mas será que os fiscais conseguem trabalhar em Rio Bonito? Será
que ao identificar a irregularidade, notificar ou multar o empresário, vale o
trabalho do fiscal ou o telefonema que os políticos recebem para liberar a
irregularidade?
2 - Quando eu sou fiscalizado, qual é
a minha postura? Vou resolver a irregularidade encontrada ou vou ligar para
prefeito, vereador ou gente ligada a esse pessoal e pedir "para
aliviar"?
3 – Existe interesse em mudar esse cenário
ou só queremos fiscalização para os outros?
4 – Os operários aceitam usar o
Equipamento de Proteção Individual (EPI), ou seguem com aquele hábito de não
gostar da Segurança que é oferecida para eles, sob o argumento de que ficam com
os movimentos limitados?
5 – Se os operários identificaram a
suposta insegurança dos andaimes e decidissem não trabalhar naquelas condições,
eles seriam ouvidos ou seriam demitidos como "insubordinados" e
substituídos por quem usa o argumento “eu preciso trabalhar para sustentar minha
família”?
6 – E agora? Depois da queda, tomara
que não seja o caso, mas se alguém ficou com limitações físicas ou morreu, quem
vai sustentar a família?
7 – A Prefeitura presta atenção nesses
detalhes ou em nome do “não podemos impedir o progresso” (argumento de frouxos)
segue inerte as irregularidades?
8 – Por fim, nós estamos dispostos a
promover esse debate ou vamos preferir não criar indisposição com quem está
irregular e rotular quem se preocupa com esses temas como "encrenqueiro"?
Pois é... Essa caminhada é feita por
um caminho longo, mal e ficar com os pés machucados é inevitável!
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