terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Acabou o Carnaval e o respeito a coletividade

Flávio Azevedo
Por ter nascido em lar evangélico, eu nunca tive contato com o Carnaval. Mas os meus colegas de infância da Serra do Sambê sempre curtiram, participaram e narravam os enredos desses eventos. Eu ouvia atentamente as aventuras e desventuras de cada um. Eu me lembro, sobretudo, dos relatos de que os moradores de Silva Jardim, Tanguá e cidades adjacentes, rumavam para Rio Bonito, porque o Carnaval por aqui era nota 10. Famílias inteiras que moravam no Rio de Janeiro e cidades mais distantes paravam em casa de parentes de Rio Bonito para aproveitar os festejos, inclusive, brincar o Carnaval e curtir o show de Cruzeiro, Canarinho, Serrano e Leleô.

Nessa segunda-feira (25/01), em conversa com um desses vizinhos que participam ativamente do Carnaval, ele me diz que inúmeras pessoas de Rio Bonito estão engajadas no Carnaval de Tanguá. Segundo ele, integrantes de tradicionais blocos de Rio Bonito estão ensaiando forte em blocos tanguaenses. Ele acrescenta que "o Carnaval em Tanguá vai bombar". Ou seja, as cidades que vinham para Rio Bonito, hoje, recebem os riobonitenses, porque o Carnaval por aqui acabou.

Eu sempre vejo postagens contrárias ao Carnaval. Geralmente essas colocações são feitas por pessoas religiosas ou alguém que está fragilizado por algum acontecimento desagradável durante esse período. O carnaval também não me atrai. Todavia, eu entendo que nós precisamos respeitar o gosto alheio e os eventos culturais. Eu não curto de Funk, acho o hábito de ir para Região dos Lagos todo fim de semana uma bobagem, sou vegetariano, torço para o Fluminense, visitas a shopping eu considero um saco, mas há quem goste e eu respeito.

Quando se representa a coletividade, esse representante administra um universo de gostos, paixões e ideias. Sendo assim, não é possível governar uma cidade, por exemplo, pensando no seu gosto particular. O foco é sempre no que é importante para o bem estar da coletividade. Se os nossos representantes pensassem assim, eu tenho certeza que nós riobonitenses estaríamos noutro patamar de discussões, sonhos e objetivos.

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