Flávio Azevedo
Três carros se envolveram num acidente sem vítimas fatais, hoje (07/02), por volta das 9h30min, no retorno do Green Valley, próximo a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O acidente é mais um que vai figurar numa triste estatística que tende a crescer caso as autoridades não tomem drásticas providências; e se a Autopista Fluminense (concessionária que administra a rodovia) continuar tratando o assunto com desdém e desinteresse.
De acordo com testemunhas que estavam no local, o Fiat Uno, placa JZD 0333, de Rio Bonito, com dois ocupantes, teria provocado o acidente ao sair do Green Valley e atravessar a pista na frente do Ecosporte, placa KWC 3983, de São Gonçalo. O Fiat estaria tentando acessar o retorno para acessar a pista de subida da BR – 101. As duas pessoas que estavam no interior do esportivo, que parou na área de grama que divide as pistas sofreram apenas o susto.
Também foi envolvido no acidente, o Renault Sandero, placa LRZ 3378, de Cabo Frio. Ainda segundo as testemunhas, uma picape Hilux não identificada também teria sido envolvida, mas como não sofreu nenhum prejuízo o motorista teria seguido viagem.
Os dois ocupantes do Fiat Uno foram atendidos por viaturas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e da Autopista Fluminense. No local, enquanto aguardava a perícia, policiais militares e rodoviários diziam ser necessário fechar a saída ou o retorno para evitar novos acidentes.
Não é a primeira vez
A construção de um viaduto no local (foto do projeto), que serviria de retorno para a pista de subida da BR – 101 e acesso para a UPA e também para o Loteamento Schuller – localidade que sem um acesso digno –, foi um dos temas da reunião do Conselho Comunitário de Segurança (CCS) na manhã de ontem (06/02). Conselheiros e representantes do poder público debateram o tema e a possibilidade de se haver uma manifestação nos próximos dias não foi descartada.
De acordo com os representantes da Prefeitura Municipal de Rio Bonito (Isaías Class/Desenvolvimento Urbano e Lendro Weber/Procurador Geral), presentes a reunião, as obras já eram para estar sendo executadas pela Autopista Fluminense. “Eles se comprometeram em começar as obras do viaduto em novembro. Ainda não sabemos o motivo de não terem começado. Mas vamos marcar uma audiência e cobrar. Pedimos, inclusive, a participação do CCS nessa reivindicação”, disse o secretário Isaías Class.
Uma história longa e cansativa
Representando o prefeito José Luiz Antunes (DEM), o vice-prefeito Matheus Neto participou no dia 13 de novembro, na sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), de um encontro para discutir os fechamentos dos acessos à BR–101 pela Autopista Fluminense. Participaram da reunião, o coordenador geral da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), unidade regional, João Honorato; o subsecretário estadual de Transportes, Delmo Pinho; o superintendente da Autopista Fluminense, Carlos Alberto Gallo; o chefe da 5ª delegacia da Polícia Rodoviária Federal de Rio Bonito, Carlos Renato Queiroz Pessoa; e o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Isaías Class.
O gerente de tráfego da Autopista Fluminense, Edmundo Régis Bittencourt, informou que em toda extensão do trecho da rodovia que está sob concessão (entre a Ponte Rio/Niterói e a divisa do Rio de Janeiro com o Espírito Santo), cerca de 1,5 mil acessos deverão ser fechados pela concessionária. “Desse número, 111 estão em Rio Bonito, e cerca de 30 deles são extremamente perigosos, porque influenciam diretamente na segurança dos usuários”, disse Bittencourt, que apresentou um vídeo, mostrando veículos atravessando a rodovia no Parque das Acácias para o Parque Indiano, e também no sentido contrário.
O motivo do conflito
Um dos motivos dessa reunião foi entrevero que aconteceu no dia 22 de outubro, quando a Autopista Fluminense decidiu fechar alguns acessos da pista sentido Rio da BR–101. Por volta das 9h, depois de fechar outros acessos da via, operários da empresa iniciaram o fechamento da entrada principal do bairro Jardim das Acácias, no 3º Distrito. Ao verem a ação, moradores do bairro tentaram impedir a ação dos operários e entraram em contato com a Prefeitura.
Na ausência do prefeito José Luiz Antunes (DEM), o vice-prefeito Matheus Neto, acompanhado do secretário de Desenvolvimento Urbano, Isaías Class, do Procurador Geral do Município, Leandro Weber, e do vereador, Márcio da Cunha Mendonça, o Marcinho Bocão (DEM), liderou a resistência ao fechamento do acesso. Como a Autopista já havia instalado um guard rail no local, Matheus Neto solicitou uma retro escavadeira para retirá-lo.
Segundo testemunhas, foram momentos de tensão. O comerciante Sebastião Silva, de 60 anos, morador do bairro há cerca de 30 anos, deitou embaixo da retro escavadeira para que ela não saísse do local enquanto não retirasse o guard rail que fechava a principal entrada do Parque das Acácias.
– Eu fiquei uns 15 minutos embaixo do trator para impedir que ele saísse do local, porque eu acho que fechar o acesso ao nosso bairro é um absurdo. Este é o caminho de todos os veículos que entram na nossa localidade. O ônibus, os carros dos moradores, os caminhões de entrega, tudo isso passa por aqui – disse.
A retro escavadeira não foi retirada do local e iniciou-se uma negociação entre os representantes da Autopista Fluminense e da Prefeitura. Por volta das 13h chegou-se a um consenso. Ficou definido que o acesso seria liberado e que haveria um encontro entre as partes (Autopista e Prefeitura), na sede da ANTT, que deveria mediar o conflito, que ainda não foi resolvido.
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