Flavio Azevedo
Já há alguns dias os nossos e-mails estão recebendo inúmeras reclamações a respeito do fornecimento de energia para a nossa cidade. As redes sociais de “O TEMPO EM RIO BONITO” e deste jornalista também registram várias queixas de leitores que denuncíam má prestação de serviço da Ampla, empresa que explora o setor no Centro da cidade e nos bairros reclamados. Comerciantes contam prejuízos e usuários reclamam do desconforto provocado pela falta de eletrodomésticos essenciais, sobretudo no verão, como ventilador e aparelho de ar refrigerado.
Outro ponto muito comentado é a falta de respostas satisfatórias às reclamações feitas ao Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), que informa não ter resposta ou diz que o serviço só será restabelecido depois de muito tempo.
– A falta de boa vontade é flagrante e não adianta ir no escritório local da empresa (em Rio Bonito na Rua Major Bezerra Cavalcante), porque eles não sabem dar definição de nada! É isso que mais me irrita! – reclama a dona de Helena Trindade que já percebeu outra dura realidade. “O problema é que não existe com quem você reclamar! As agências reguladoras (Aneel) do governo não funcionam. Um número 0800 é disponibilizado, mas ninguém atende”, reclama.
Na noite do dia (02/02), recebemos uma postagem de Júnior Borges, informando a falta de fornecimento de energia elétrica no Parque Andreia, no 2º Distrito. De acordo com ele, o bairro estava “sem luz” desde às 19h30min do dia 1º/02. Borges afirmou que “varias ligações foram feitas para AMPLA, que até agora não deu nenhuma satisfação e nem foi ao local restabelecer a energia. Moradores reclamam do descaso, dizem que o problema é constante e se queixam de que a empresa nunca resolve a situação”, comenta.
A revolta também atinge a atendente Geysse Piovesan, que trabalha num restaurante da cidade. Segundo ela, os restaurantes, América Grill e Kilomania, ficaram com o fornecimento de energia interrompido por cerca de 15h.
– Ficamos sem luz das 18h30min, até às 9h29min do dia seguinte. Tivemos que jogar a maioria das comidas no lixo, perdemos quase todos os picolés, só um peixe ornamental que morreu (sem energia a bomba do aquário não funcionou para oxigenar a água) custa R$ 450,00. E quem arcou com os prejuízos? – conclui a balconista comentando que huve nova queda de energia e o funcionamento das casas estavam ameaçados.
As faltas de energia no bairro Marajó, localidade vizinha aos restaurantes mencionados nã é de hoje e estão se tornando rotina. “É esse tipo de situação que desanima a gente de trabalhar. E o pior, não podemos fazer nada. Se a luz não voltar logo e não conseguirmos trabalhar, eu vou tentar juntar as pessoas dos dois restaurantes e ir ao prédio da Ampla fazer um barulinho”, desabafa a atendente.
O problema se espalha por todo Rio de Janeiro. Com bom humor e ironia os moradores, empresários e comerciantes da Vila do Abraão, na Ilha Grande (Angra dos Reis), elaboraram uma faixa no mínimo curiosa para reclamar os transtornos causados pelas constantes faltas de energia elétrica. Em 2011 um grupo da localidade elaborou um documento relatando a insatisfação aos serviços prestados pela Ampla e encaminhou ao Ministério Público (MP).
Atenção consumidor!
De acordo com o site da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), um novo indicador, para medir a duração das interrupções em dias críticos entrou em vigor no último dia (01/02). O DICRI (duração da interrupção ocorrida em dia crítico por unidade consumidora ou ponto de conexão) busca incentivar as distribuidoras a atuar com mais eficiência em dias com muitas ocorrências na rede, para que o fornecimento de energia elétrica seja restabelecido com mais rapidez. A transgressão do indicador vai gerar compensação ao consumidor na fatura. O regulamento foi aprovado durante reunião pública da diretoria da (ANEEL) no último dia 13 de dezembro de 2011.
O DICRI é individual e representa o tempo de cada interrupção ocorrida em dia crítico que afetou uma unidade consumidora específica. Assim, esse indicador é apurado por interrupção, e não por mês, trimestre e ano, como são os indicadores DIC, FIC e DMIC**.
A ANEEL estabeleceu limites para essas interrupções e o consumidor tem direito a compensação nos casos de violação do indicador. A compensação será realizada para cada interrupção ocorrida em dia crítico, devendo o pagamento ser cumulativo nos casos em que ocorrer mais de uma transgressão do limite no mês.
Se a falta de energia perdurar por mais de 12 horas no dia, o consumidor de baixa tensão (residências e pequenos comércios), por exemplo, deverá receber uma compensação referente à ocorrência, independente da compensação mensal pelos outros indicadores.
A fórmula de cálculo do benefício será a mesma utilizada para DIC/FIC/DMIC. E o prazo para pagamento de compensação será de dois meses após o mês de ocorrência da interrupção em dia crítico. Com a inserção do novo indicador foi necessário alterar algumas indicações dos módulos 1, 6 e 8 dos Procedimentos de Distribuição – PRODIST.
O tema ficou em audiência pública no período de 20 de outubro a 2 de dezembro de 2011 e recebeu 13 contribuições de agentes do setor e de entidades de defesa do consumidor. A nota técnica com a análise das contribuições está disponível no site da Agência.
Explicação técnica
*Dia Crítico: Dia em que a quantidade de ocorrências emergenciais, em um determinado conjunto de unidades consumidoras, superar a média acrescida de três desvios padrões dos valores diários. A média e o desvio padrão a serem usados serão os relativos aos 24 (vinte e quatro) meses anteriores ao ano em curso, incluindo os dias críticos já identificados.
**Duração de Interrupção por Unidade Consumidora (DIC), Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FIC) e Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade Consumidora (DMIC).
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