Flávio Azevedo
Hoje (28/02), por volta das 13h, depois de deixar a minha filha no colégio, ao olhar para a Serra do Sambê vi muita fumaça. Logo percebi que a mata estava em chamas. Passados alguns minutos encontro, no Facebook, uma declaração apaixonada, indignada e momentaneamente esmorecida do meu amigo, ativista e ambientalista, Davi Henrique, proprietário das terras incendiadas.
– Estou triste porque, mais uma vez, colocaram fogo em nossa propriedade no alto da Serra do Sambê, onde o reflorestamento estava bastante adiantado. Na parte baixa fizemos um sistema de irrigação para atuarmos com água, mas a parte alta fica vulnerável a mentes pequenas e maldosas. Lamento pelos animais que morrem num incêndio desses. Alguns estão procriando – escreveu Davi.
A sua irmã, Denise Campos, compartilhou a postagem de Davi e fez apelou:
“Galera, vamos nos mobilizar de forma efetiva para preservarmos a nossa Serra do Sambê? Estão colocando fogo nas terras que meu irmão Davi Henrique comprou e está, juntamente com meu pai Ivany Henrique, trabalhando há anos... Retiraram os gados da propriedade, estão reflorestando com espécies nativas, muitas nascentes retornaram com suas águas refrescantes... Mas o povo insiste em colocar fogo. Meu... Irmão já sofreu até... Acreditem... Uma forte pressão judicial pelos incêndios que colocam em suas terras. E novamente, nesse instante está com um foco e muitos animais vão morrer por causa deste incêndio e não possuímos em nosso município, uma Brigada Florestal de Incêndio, o local é de difícil acesso... Enfim... Começamos por uma campanha para formarmos uma Brigada de incêndio totalmente voluntária. Nós precisamos nos mobilizar rápido... Dia-a-dia a nossa natureza vem sendo depredada e não fazemos nada. Chegou a hora e conto muito com a ajuda de todos para divulgarem aqui no Facebook e também pelos telefones, no boca-a-boca... Entrem em contato, divulguem, vamos nos mobilizar de forma efetiva para acabarmos com isso”.
Diante de todas as verdades comentadas por Denise, em complemento ao texto do seu irmão, eu gostaria de me deter sobre a parte onde ela menciona a falta de uma “Brigada Florestal de Incêndio” em nossa cidade. Eu pergunto: “onde tem isso?”. Lembro que recentemente assistindo uma entrevista do jornalista André Trigueiro, especialista em Meio Ambiente, ele disse que o Brasil é o país que mais tem consciência ambiental, “o problema é que essa consciência não atinge a esfera governamental em termos de ação, porque a política está dominada por pessoas que não tem a noção exata da importância da preservação, do desenvolvimento sustentável, do reflorestamento, entre outras coisas referentes a esse setor”.
Se retornarmos ao governo da ex-prefeita Solange Almeida (1997/2000 e 2001/2004), nós vamos sempre nos lembrar do famigerado pinicão, obra erguida na Praça Fonseca Portela durante a sua gestão. Aquele ‘prédio’ era uma vergonha! Embora fosse um banheiro público que tinha lá a sua serventia, o desenho do bicho era um insulto a arquitetura da praça. Foi derrubado, e muito bem derrubado no mandato do prefeito José Luiz Antunes.
Entretanto, no quesito Meio Ambiente, a gestão da formiguinha foi muito interessante. Capitaneada pelo irmão da prefeita, o nosso amigo Newton Almeida, o setor tinha atividades constantes e uma ferramenta que não deveria ter sido extinta: a Patrulha Verde, que funcionava como uma espécie de “Brigada Florestal de Incêndio”. Também foi na gestão de Solange, que o lixão do Mato Alto, outra vergonha, ganhou uma cara mais apresentável aos receber uma usina de compostagem de lixo. Hoje, o lixão está de volta!
Entretanto, como a Patrulha Verde não foi efetivada como “política de estado”, a administração que sucedeu Solange cancelou o serviço, por entender essa ferramenta como política de governo – e realmente era. Se o governo Mandiocão errou em cancelar o serviço, Solange, que tinha maioria na Câmara, errou em não transformar a Patrulha Verde num serviço regular do município como aconteceu com os guardas municipais.
Aproveito para também fazer um apelo: nesse ano onde nós iremos escolher um novo gestor para Rio Bonito, deposite o seu voto em pessoas que tenham “propostas de estado” e nunca “ações de governo”. A “proposta de estado” não pode ser encerrada pelo novo governante, mas as de governo sim. As “ações de governo” são mais interessantes aos políticos, porque servem para encabrestar o voto dos “contratados” para o serviço e personifica o benefício, o que não é possível acontecer na “política de estado” que contará com contingente concursado e efetivo.
Explicação
“Política de Estado” é aquela que é criada através de mensagem enviada ao Legislativo para a adequação do projeto em questão ao cenário funcional, técnico e de necessidades da máquina Executiva. Por exemplo: Agentes de Trânsito. Já as “Políticas de Governo” são os projetos que são criados pelo Executivo com o mesmo propósito, mas acabam sendo povoados por funcionários comissionados, como aconteceu com o exemplo que eu citei: Patrulha Verde.
Não precisa ser muito esperto para perceber que não existe interesse na criação de cargos efetivos, porque esse funcionário não pode ser usado como massa de manobra, por conta da estabilidade do serviço público (a não ser que ele queira vender a alma a troco de horas extras, diárias e cargos comissionados). Já o contratado, em processo seletivo ou indicação de um apadrinhado, é sempre uma bola na marca do pênalti, por tanto mais interessante ao político.
Pensemos nisso!
OBS: a foto 2 é ilustrativa
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
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Solange Almeida fez excelente governo : meio ambiente, saúde, educação e geração de renda. Independente de leis municipais, Solange Almeida deixou programas de duração continuada : acabaram com o Limpou Trocou Ganhou, Usina de Reciclagem de Lixo, Patrulha Verde.
Estamos de volta. Em caso de incêndio florestal, em Rio Bonito liguem para 2734 0192 (Secretaria Municipal de Meio Ambiente - Patrulha Verde).
Newton Almeida, em 17 de janeiro de 2013.