Flávio Azevedo
O jovem José de Aguiar Borges (Kaki) |
Muita gente me perguntando a respeito do que o prefeito José Luiz Antunes (PP) quis dizer, na entrevista que me concedeu nessa segunda-feira (07/05), ao comentar sobre um “legado” deixado pelo presidente do Hospital Darcy Vargas, José de Aguiar Borges, o Kaki; no bairro Caixa D’Água. Ao tratar desse assunto, o prefeito desenterra uma história antiga ocorrida em Rio Bonito provavelmente na segunda metade dos anos 60. Cerca de 50 anos depois, por conta do nosso “riobonitismo”, o assunto ainda é tabu. Esclareço que “riobonitismo” é o termo que eu uso para definir duas das principais características da sociedade riobonitense: hipocrisia e falso moralismo.
É o seguinte:
O Jovem Kaki era um dos líderes dos jovens de sua época. |
Segundo um dos frequentadores desses bailes, depois que as bebidas alcoólicas empolgavam os presentes, movidos pelos arroubos e energia da juventude, os participantes tiravam a roupa e dançavam nus. Belas jovens, hoje, senhoras respeitadas, num tempo em que ninguém pensava em Funk, rebolavam até o chão no melhor estilo Anita... E como vieram ao mundo: nuas. As roupas ficavam penduradas em galhos ou cabides improvisados, o que fez a festa ganhar o título de “Baile do Cabide”.
Era o tempo em que o movimento Hippie e a filosofia do Naturismo imperavam. Junte a isso influencias como o inspirador James Dean, estrela do filme Juventude Transviada (1955), ícone da garotada da época. Em meio aquela natureza deslumbrante, a moçada ficava extremamente a vontade e os bailes se tornaram a onda daquele tempo. Quem participou lembra que apesar dos corpos nus, a moçada aquecia o ambiente com muita dança e beijo na boca.
O prefeito José Luiz Antunes, durante a entrevista nessa segunda-feira. A reportagem está no fim desse texto. |
Por conta da sua liderança o jovem Kaki acabou parando na política. Foi vereador, vice-prefeito, deputado estadual, mas nunca conseguiu ser prefeito. Uma das razões era o “Baile do Cabide” sempre lembrado a cada eleição. Curiosamente, assíduos frequentadores das ‘calientes’ festinhas, por conta de interesses políticos, tinham a cara de pau de acusar Kaki de “libertino”. Outros, magoados por não conseguirem convite para o evento (não tinham idade apropriada), acusavam Kaki de “imoral”. Puro recalque!
O que se percebe é que a história do “Baile do Cabide” é cercada de carolice e falso moralismo. A prova disso é o comentário malicioso do prefeito José Luiz Antunes ao tratar do assunto. Analisando a história pessoal do prefeito, eu fico pensando... Teria ele, moral, para questionar o “Baile do Cabide”? Pensando melhor, eu concluo que tudo isso, "Baile do Cabide", prefeito pangaré... Tudo só aconteceu porque eu fiz parte da gestão anterior.
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