segunda-feira, 3 de abril de 2017

Rampa de Voo Livre é tema de reunião da Agenda 21

Flávio Azevedo
A reunião da Agenda 21 em 29 de março, no Rio Bonito Atlético Clube.
As traumáticas e polêmicas mudanças realizadas no Parque Embratel 21, na Serra do Sambê, onde estava inserida a rampa de voo livre, um dos pontos turísticos mais visitados do município, foi o principal tema da reunião ordinária da Agenda 21 de Rio Bonito, ocorrida no último dia 29 de março, no salão nobre do Rio Bonito Atlético Clube. O encontro contou com a presença dos “agendeiros” e dos secretários municipais de Turismo e Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Carmem Mota (participante da Agenda) e Brunos Soares, respectivamente.

Na oportunidade, o principal debate foi a recuperação do espaço e prováveis punições aos responsáveis pelas ações promovidas no parque. As transformações lesaram a natureza e o ambiente, que está inserido numa Área de Proteção Ambiental (APA). Ficou decidido que a 35ª Subseção OAB, representada no encontro pelo seu presidente, César Gomes de Sá; fará a mediação da demanda que põe em lados opostos, Agenda 21, Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Codema), Clube de Voo Livre; contra os representantes da Prefeitura de Rio Bonito, de onde partiu a ação do fatídico dia 24 de março. A ação deve resultar em multas e na interrupção do repasse de ICMS Verde aos cofres municipais (abaixo reportagem gravada em setembro de 2016).

Depois de muito dialogo no sentido de preservar o município e seu patrimônio, um passo a passo que amenize as consequências da ação, ocorrida na última sexta-feira (24/03), foi sugerido à Prefeitura, que deverá embargar imediatamente a obra em curso; promover planejamento participativo e integral para ações no local; se debruçar sobre a tramitação e licenciamento do espaço junto dos organismos oficiais envolvidos e executar um projeto turístico e ambiental para o Parque Embratel 21.

Também ficou definido que as partes se reunirão nos próximos dias na sede da 35ª Subseção da OAB, para avançar num acordo que evite prejuízos ao município e responsabilize de maneira justa os executores, mitigando os desgastes e aproveitando a oportunidade para executar um projeto abrangente que inclua, desde a revitalização das duas rampas e transforme o espaço que abrigue o Turismo e a prática do Desporto (abaixo reportagem gravada em agosto de 2015).

Percepção
Participantes da reunião da Agenda 21, entre eles o secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Soare (camisa clara) e presidente da 35ª Subseção da OAB, Cesar Sá (de terno).
A ação polêmica do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Bruno Soares; é reflexo da angústia dos riobonitenses diante das muitas possibilidades que o município oferece, mas que seguem estagnadas pela inercia dos prefeitos que se revezam no poder há mais de duas décadas preocupados apenas com os seus umbigos. O Voo Livre em Rio Bonito começou a ser praticado na segunda metade dos anos 80 e nos anos 90 chegou ao seu apogeu. Durante os fins de semana era comum a presença da Asa Delta nos céus de Rio Bonito e em grande número. O Voo Livre se tornou uma das marcas de Rio Bonito.

Ouvir o diálogo dos praticantes do Esporte torna possível perceber que depois de 30 anos do lançamento do Voo Livre em Rio Bonito, tudo evoluiu menos o suporte para a prática desse desporto. Por conta da falta de incentivos, a falta de renovação entre os praticantes e, sobretudo, pela ausência de políticos dotados de espírito público, a rampa e os órgãos de fomento ao Voo Livre não evoluíram e não perceberam as tendências dos novos tempos, por exemplo, a crescente prática do voo com Parapente (abaixo reportagem gravada em dezembro de 2015).
É claro que infrações ambientais ocorreram na ação promovida pelo secretário Bruno Soares, na rampa de Voo Livre. Também está claro que por conta de tudo que aconteceu algum tipo de compensação ambiental, e até social, precisa ser promovida pela Prefeitura de Rio Bonito, no Parque Embratel 21. Todavia, está nítido que as discussões sobre o tema, como acontece com o Carnaval, com o Futebol e outras saudosas marcas do município, são pensadas com os debatedores olhando para o passado, quando deveriam fixar o olhar no futuro.

A nossa reportagem aguarda os desdobramentos, consegue enxergar boa vontade e intenções nobres em todos os envolvidos, mas sente a ausência de um mediador – que esperamos ser a 35ª Subseção da OAB – para unir setores que há anos deveriam estar juntos no fomento do desporto riobonitense (abaixo uma reportagem gravada em 30 de dezembro de 2015, mostrando a tempestade se aproximando).


Nenhum comentário:

Postar um comentário