Flávio Azevedo
Foi por... Você! |
Dentro da Semana Santa, a sexta-feira é denominada pelos cristãos como “sexta-feira da paixão”, uma referência ao sofrimento e morte de Jesus Cristo. Segundo o relato bíblico, o filho de Maria e José foi traído com um beijo por um dos seus discípulos, sofreu na mão dos inimigos, foi crucificado e morreu por volta das 15h de uma sexta-feira (por isso o nome “sexta da paixão”). Os soldados não acreditaram na sua morte, porque os crucificados, às vezes, levavam cinco dias agonizando antes de morrer. Jesus, porém, morreu logo depois de ser pendurado na cruz. Suspeitando de blefe, um dos soldados cravou-lhe uma lança no abdome.
A verdade é que Jesus não morreu pelas lesões físicas. A sua causa mortis foi o peso dos pecados da humanidade que colocados sobre Ele. O verdadeiro sofrimento de Jesus era emocional e mental. Seguindo a lógica do profeta Isaías, para quem as nossas iniquidades separam Deus do homem (Isaías 59), a sensação que Jesus tinha era de que estava separado de Deus. Por ter assumido os pecados do mundo, Jesus não conseguia sentir a presença de Deus. Essa sensação era tão desesperadora, que antes de morrer e dizer “está consumado”, Ele exclamou “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”.
Jesus foi colhido da cruz e sepultado na tumba de José, que por ter nascido em Arimatéia, uma cidade da Judéia, era chamado “José de Arimatéia”. Esse homem era rico, senador e membro do Sinédrio (uma espécie de suprema corte dos judeus). A Bíblia relata que José de Arimatéia era simpático às ideias de Jesus e frequentemente visitavas lugares onde sabia que encontraria Jesus. Mas agia com discrição. Através da influência política de José de Arimatéia e de Nicodemos, outro fariseu simpático às ideias de Jesus; o seu corpo foi recolhido, sepultado e passou o sábado descansando conforme o mandamento.
Nessa sexta (14/04/2017), por conta da Semana Santa, eu vi muita gente fazendo postagens sobre o sofrimento de Jesus e sua morte, episódios que estão inseridos num contexto maior que podemos chamar de “História da Redenção”. O apóstolo João, no seu evangelho, escreveu que Jesus “veio para o que era seu e os seus não o receberam”. Mas o apóstolo completa e escreve que “a todos quantos o receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus”.
O autor do livro de Hebreus, no Novo Testamento, prefacia o livro dizendo que “havendo Deus, outrora, falado muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas; nestes últimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo”. Para quem entende Jesus como alguém que assumiu a sua condenação e mesmo assim não se preocupa em honrá-lo, o autor de Hebreus, no capitulo 2, verso 3, escreve: “como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?”.
Fecho estas reflexões com o conselho de outro apóstolo, Pedro: “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. (1º Pedro 5:6-7). Diante das encruzilhadas da vida, quando não sabemos que direção tomar, buscar Jesus ainda é o melhor a fazer. Aliás, Ele disse: “vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mateus 11.28-30). Boa Páscoa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário