Foi solta na manhã deste sábado (24) Adriana Ferreira de Almeida, conhecida como "Viúva da Mega Sena", que estava presa no Complexo Presidiário de Bangu, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária. Ela tinha um alvará de soltura expedido desde último dia 19, após ter sido condenada no dia 16 em juri popular a 20 anos de prisão como mandante do assassinato do ex-marido Renné Senna, ganhador da Mega-Sena. O crime foi cometido em 2007.
Adriana foi solta mesmo sem receber uma tornozeleira eletrônica, que era um dos impedimentos impostos após a expedição do alvará de soltura. Ela vai ficar em prisão domiciliar na casa dela no Condomínio Village Ipanema I, em Cachoeiras de Macacu, e terá que ficar no local. Segundo o advogado de Adriana, Jackson Rodrigues, a defesa alegou que ela passava por um constrangimento ilegal ao ficar presa com o alvará expedido.
– A soltura foi determinada no dia 19 pelo juízo de Rio Bonito e ainda não tinha sido concretizada por questões burocráticas. O TJ (Tribunal de Justiça do Estado) foi muito prudente ao reconhecer que havia um constrangimento ilegal e determinar a soltura imediata – afirmou Jackson.
O advogado disse ainda que tentará anular o juri em que ela foi condenada. “Vejo vários vícios no juri que a condenou, como falta de provas. Por isso vou impetrar um recurso visando a nulidade do julgamento”.
Crise impediu chegada de tornozeleira
O alvará de soltura expedido no dia 19 estava pendente porque a crise no estado atingiu o fornecimento da tornozeleira, que não é feito desde agosto. Diante da situação, o governador do Estado do Rio, Luiz Fernando Pezão, publicou, no dia 7 de dezembro, uma lei polêmica que permite que presos do Estado comprem o próprio equipamento para que cumpram prisão domiciliar.
O que aconteceu
Adriana foi levada para o presídio em Bangu (RJ) no domingo (18) após o julgamento pela morte do companheiro, Renné Senna, ganhador do prêmio de R$ 52 milhões da Mega-Sena em 2007. A condenação levou em consideração que o crime teve motivo torpe (que fere a moral) e que deveria ser cumprida em "regime inicialmente fechado".
A alegação da defesa de Adriana para a soltura, e que foi aceita pela Justiça, é que ela tem endereço fixo e que não oferece risco de fuga. O Ministério Público informou na terça-feira (20) que analisa a possibilidade de recorrer da decisão do juiz Pedro Amorim Gotlib Pilderwasser, que converteu em domiciliar a prisão de Adriana Ferreira de Almeida.
Renné foi morto com quatro tiros em um bar de Rio Bonito. Os dois assassinos foram descobertos e condenados a dezoito anos de prisão. A promotoria defendeu a tese que os assassinos foram pagos por Adriana. Ela teria planejado o assassinato depois que o companheiro descobriu que ela tinha um amante e ameaçou tirá-la do testamento. O interrogatório da ex-cabeleireira durou mais de cinco horas e o julgamento durou três dias.
Fonte: G1
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