Flávio Azevedo
Reportagem do jornal O Globo publicada nesse domingo (18/12) mostra que a situação desconfortável dos servidores municipais de Rio Bonito não é uma realidade exclusiva daqui. A crise econômica que atinge o país e, principalmente, o Estado do Rio provocou um estrago nas contas de várias cidades, prejudicando o pagamento de seus servidores. São atrasos de um, dois e, em alguns lugares, de até quatro meses. Os municípios se defendem, argumentando que não receberam alguns repasses e, portanto, não podem garantir quando depositarão os vencimentos.
Na contramão da crise, há cidades que conseguiram antecipar o pagamento do benefício. Entre elas estão Rio de Janeiro, Niterói e Três Rios, que anteciparam o depósito do 13º. Mas chama a minha atenção a fala do prefeito Everardo Ferreira (PP), da pequena Varre-Sai. Ele disse que previu a queda na arrecadação e resolveu fazer o que muitos prefeitos não fizeram: cortar na própria carne. Eu tenho certeza que esse prefeito não é um santo, mas não é tapado e surdo igual alguns dos seus colegas.
– Extingui mais de cem cargos comissionados e cortei três secretarias, porque sabia que o país ia enfrentar uma recessão. Meu município vive basicamente de repasses, e era preciso enxugar a máquina o quanto antes para economizar e poder pagar aos servidores. Entrego a administração ao próximo prefeito com os salários em dia – conta Everardo, que deveria ter sido copiado pelos colegas.
Em Tanguá, município pobre e também dependente de repasses federais, o prefeito Válber Carvalho (PTB) também está conseguindo tocar a administração. Não há realizações vultosas, mas os salários do funcionalismo estão em dia e não há precariedade nos serviços básicos como Saúde, Educação e limpeza.
Sobre esse assunto, o deputado estadual Paulo Melo (PMDB) usou a sua Fanpage para elogiar a gestão da Prefeitura de Saquarema e disse que por lá o 13º dos servidores já foi pago. "Só no mês de dezembro, a prefeita Franciane conseguiu realizar os pagamentos referentes ao mês de novembro, o 13º e ainda vai pagar o salário de dezembro dia 28”, comenta o deputado, acrescentando que “em apenas um mês a Prefeitura injetou, na economia de Saquarema, aproximadamente R$ 23 milhões, valor que inclui, além do pagamento do funcionalismo, o pagamento de cooperativas, empresa de limpeza e de lixo”.
Para o riobonitense que está vendo um dezembro xoxo e sem festa em Rio Bonito, uma vez que a força motriz da economia local é a Prefeitura que está quebrada, a declaração de Paulo Melo, padrinho político da atual prefeita, nos deixa com a impressão de que ou ele não ensinou a afilhada o que deveria fazer diante da crise; ou a afilhada fez ouvido de mercador para as dicas do padrinho, como agiu nos quatro anos em que esteve sentada na cadeira de prefeita.
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