Flávio Azevedo
Através do Facebook, a nossa leitora Hélia Carla, questionou – ela tem as suas razões – a nossa referência sobre a esquizofrenia, quando comparamos os sintomas da doença ao comportamento de algumas pessoas que transitam na área política. Nós concordamos com a colocação e concordamos com a sua preocupação. Mas foram as aulas de Neuropsiquiatria que freqüentei durante o meu curso Técnico de Enfermagem (93/94), que me deram condições de fazer essa comparação.
Durante os quatro anos que trabalhei em hospitais psiquiátricos (Hospital Colônia e Clínica Ego), eu cuidei de muitos pacientes em crise aguda de esquizofrenia. Não foram poucos os Haldos (os mais ricos tomavam Risperdal, porque evita a impregnação) aplicados por mim em pacientes acometidos dessa doença. Nesse tempo, eu presenciei aplicações de eletroconvulsoterapia (eletrochoque). É uma cena deprimente!
A verdade é que embora exista esse cunho ofensivo comentado pela nossa leitora (eu concordo), eu afirmo que a Esquizofrenia Paranóide é a doença mental que mais se aproxima do cidadão envolvido na política por paixão e/ou interesse particular (quem se envolve por espírito público ou cidadania tem outra postura).
Faltando cinco meses para as eleições, os surtos já começaram e o número de eleitores em crise só aumenta! As bizarrices, os maneirismos, as alucinações, as idiotices, as imbecilidades, as fugas de ideias, as hebefrenias, sintomas comuns aos cidadãos esquizofrênicos, já podem ser diagnosticados em cada conversa onde o tema seja política.
Atrevo-me a dizer que assim como sofro com um amigo, parente ou pessoa próxima que seja esquizofrênica, eu também sofro quando vejo amigos, parentes ou pessoas próximas acometidas da deprimente “esquizofrenia partidária”, às vezes, irreversível!
Como editor do jornal “O Tempo” e âncora do programa “O Tempo em Rio Bonito”, nos desculpamos se ofendi alguém, mas as minhas experiências com determinados eleitores e doentes mentais não nos permite usar outra comparação!
quarta-feira, 11 de abril de 2012
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