Flávio Azevedo
O meio-campo Marquinho nunca foi unanimidade no Fluminense, clube que defendeu no Brasil antes de ser negociado com o Roma (ITA). No país da bota, porém, o jogador fez nove jogos, sendo cinco como titular e dois gols. As atuações foram suficientes para o atleta convencer o técnico Luis Enrique da sua qualidade e, segundo a imprensa local, o meio-campista, que ainda pertence ao Flu, deverá receber uma oferta definitiva do clube italiano assim que a temporada terminar.
Marquinho foi emprestado em janeiro desse ano ao Roma, depois que o Fluminense reforçou sua posição com Thiago Neves. O negócio, que já rendeu € 500 mil (R$ 1,1 milhão) aos cofres do Tricolor, chegaria aos € 5 milhões (R$ 11,5 milhões), valor dos direitos fixados no contrato até dezembro de 2013. Negociação concluída, a pergunta é inevitável: o que o caro Thiago Neves apresentou de superior a Marquinhos desde que chegou ao Fluminense?
Mas a questão não é bem essa. A nossa reflexão busca saber o que acontece com jogadores considerados medianos do futebol brasileiro, que se tornam craques e/ou peças chaves às equipes do velho continente? Marquinho, por exemplo, era apenas tolerado pelo torcedor tricolor. A pouca simpatia que ainda tinha, certamente foi conquistada por conta do gol que salvou o Fluminense do rebaixamento em 2009.
Embora fosse habilidoso, polivalente nas posições do lado esquerdo campo, dono de um chute potente e um atleta sempre voluntarioso e veloz, Marquinho sempre foi olhado de soslaio pela torcida e, sobretudo pela imprensa. Ao chegar à Europa, porém, mais precisamente no Roma, o jogador virou importante peça tática da sua equipe. Por quê?
A explicação é tão simples, que é difícil de ser aceita pelo torcedor e pelos comentaristas de meia tigela que dominam os programas esportivos e jornais direcionados a cobertura do futebol. A verdade é que o Brasileiro não gosta de jogadores táticos e que jogam para a equipe como Marquinho. No Brasil, valor só se dá aos firuleiros e enganadores. Jogadores que se apresentam para o torcedor. Figuras que fariam mais bonito se estivessem cantando num grupo de pagode.
Sendo assim, nós deveríamos aprender a valorizar mais o jogador brasileiro de maneira geral. Quem gosta dos pagodeiros, que continue gostando, mas nunca deixando de respeitar os atletas que jogam para o clube e não para o torcedor. Aliás, esse personagem chamado torcedor é o que há de pior existe no futebol brasileiro. Passional, alienado e apaixonado, o torcedor só serve para falar bobagem, dar lucro as ervas de passarinho do meio esportivo e ser influenciado por setores da imprensa.
Parabéns Marquinhos e meus pêsames futebol brasileiro!
segunda-feira, 16 de abril de 2012
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