Flávio Azevedo
A minha formação é evangélica, não tenho devoção por santos e não acredito no poder mediador de qualquer outro ser que não seja Jesus Cristo. Entretanto, eu confesso aos amigos que eu admiro a história de São Jorge, santo que tem o seu dia celebrado dia 23 de abril. Segundo informações em sites de busca, São Jorge é o santo padroeiro da Inglaterra, de Portugal, da Catalunha, dos soldados, dos escoteiros e até dos corintianos, entidade esportiva situada no "Parque São Jorge", em São Paulo.
Acredito que a minha simpatia pelo “Santo Guerreiro” se dá por dois motivos. Primeiro, porque na casa dos meus avós maternos havia pendurado na parede da sala, próximo a minha foto, um quadro com a tradicional figura de um guerreiro matando um dragão (exatamente essa pintura que postei). Perguntei quem era e me disseram ser São Jorge.
Como a minha formação era evangélica, eu não me aprofundei na história daquele guerreiro, mas como as histórias de dragão, filmes medievais e qualquer referência a coisas antigas muito me atraíam, eu sempre me pegava contemplando aquele quadro. “Como terá sido essa luta entre Jorge e o dragão? Teria sido algo como as batalhas de Hércules ou como as aventuras de Perseu? (narrativas que eu também admirava)”, eu me perguntava.
Os anos foram passando e o menino curioso virou jornalista. E, ser jornalista ou estudante em tempos de Google e Scielo amigo, é muito mais prático do que era há cerca de 20 anos. Eu me amarro no charme das bibliotecas, mas a internet é fantástica e chegou para ficar.
Mas voltando ao “Santo Guerreiro”, segundo a tradição, São Jorge é natural da Capadócia (hoje, Turquia). Por conta da morte do pai, ele mudou-se com a sua mãe para a Palestina. No seu novo país, Jorge chegou a patente de capitão do exército romano. Era um guerreiro tão habilidoso que ganhou o título de conde. Aos 23 anos residia em Roma, época que o imperador Diocleciano decidiu exterminar os cristãos (afinal, existiu algum imperador romano mentalmente equilibrado?).
No dia da aprovação do decreto imperial, Jorge pediu a palavra e declarou, para o espanto de todos, que os ídolos adorados nos templos romanos eram falsos deuses. Questionado, ele disse que defendia a verdadeira religião. Para demovê-lo da ideia de ser cristão, o imperador ordenou que ele fosse torturado. Como Jorge não negou a fé, Diocleciano ordenou que ele fosse decapitado. A execução teria ocorrido num dia 23 de abril de 303 (DC). Ele foi sepultado na Lídia, na cidade de São Jorge, próximo a Jerusalém.
O dragão
A luta com o dragão, quadro que me fascinava na infância, é uma história lendária e interessante. Conta-se que em certo lugar da Europa, um dragão saía de um lago e esguichava o seu hálito de fogo contra uma cidade. O bicho só se acalmava quando os habitantes locais lhe ofereciam jovens vítimas, que eram escolhidas através de sorteio.
Certo dia, a filha do rei foi sorteada. Triste, o seu pai acompanhou a jovem até a beira do lago. Em meio essa tristeza eis que surge um cavaleiro de nome Jorge. O destemido guerreiro ao tomar conhecimento do fato ficou indignado. Empunhou a sua espada, esperou a fera e em pouco tempo domou o monstro. O misterioso soldado era São Jorge e ele aproveitou a oportunidade para falar de Jesus para aquelas pessoas. São Jorge disse ter vindo em nome de Jesus vencer o dragão. Sendo assim, os moradores da cidade deveriam converter-se e ser batizados.
Diante de tantas histórias, me surpreende o fato de que embora Jorge tenha morrido tentando mostrar o equivoco que consiste a adoração de ídolos, algumas religiões mantêm a pratica. Aliás, muitos transformaram o próprio Jorge numa espécie de santo. Isso é muito intrigante!
segunda-feira, 23 de abril de 2012
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