Flávio Azevedo
A principal acusada da morte de Renné Senna, a cabeleireira Adriana Almeida, viúva do milionário, confirmou nesta quinta-feira durante julgamento no Fórum de Rio Bonito que traía o marido. Ela disse que mantinha relacionamento com o motorista Robson Andrade, porque “sentia desejo sexual e não era correspondida por Renné, que tinha disfunção erétil”.
– Eu o traí com o Robson no fim de 2006, pois Renné estava com problemas em manter a ereção. Traí por carência, apenas por satisfação sexual. Renné era ciumento, mas não desconfiava do caso extraconjugal – contou Adriana, reiterando, porém, que era apaixonada pelo marido. Ela também alegou que o milionário a assediava desde 2002, mas que na época não quis namorá-lo porque estava recém-separada
Em outro momento, a viúva negou que pensasse em deixar Renné para viver com Robson, contrariando o depoimento do motorista, na última terça-feira. Ela também não esclareceu o motivo de, no mês anterior ao assassinato de Renné (dezembro de 2006), terem sido registradas oito ligações entre seu celular e o do ex-PM Anderson Souza.
Após nove horas de depoimentos, o julgamento foi suspenso por volta das 22h10 de ontem (quinta-feira/1º). O julgamento será reiniciado no início da tarde de hoje (sexta-feira/2). De acordo com a juíza, a sessão será retomada com debate entre a acusação e a defesa, que pode durar até seis horas. Em seguida, os sete membros do júri popular darão o veredicto e a juíza a sentença.
O depoimento de Janaína
Antes do depoimento de Adriana, por volta das 13h10min, a juíza ouviu a personal trainer Janaína de Oliveira. A magistrada pediu que a viúva se retirasse da sessão durante o interrogatório de Janaína. Na época do crime, a personal trainer era casada com o ex-PM Anderson Silva de Sousa, também acusado de envolvimento no crime. Ela chorou três vezes durante o seu interrogatório.
A primeira vez que Janaína chorou foi quando contou que descobriu que estava sendo acusada de envolvimento na morte de Renné ao ver sua foto estampada nos jornais, em janeiro de 2007. Ela contou que passava férias com seus filhos, em Petrópolis, quando numa manhã, foi comprar pão na padaria e viu sua foto numa banca de jornais.
A segunda vez em que caiu em lágrimas foi ao responder a uma pergunta feita pela promotora Priscila Naegeli Vaz, a respeito da acusação que pesa sobre ela de ter feito a ligação entre a viúva Adriana e o ex-PM Anderson Souza (acusado de ter feito os disparos que mataram Renné), seu ex-marido. “Eu jamais intermediaria um crime, ainda mais a morte de alguém”.
Perguntada por sua advogada se no futuro pretendia contar à sua filha, de apenas 1 ano, sobre a sua prisão, Janaína voltou a chorar e disse: “Quero contar para a minha filha o quanto a mãe dela foi forte. Quero que ela também seja uma mulher forte. Já são cinco anos de injustiça. Estou sendo acusada por algo que não fiz”.
Assim como outras pessoas ouvidas até agora, Janaína criticou a forma de atuação de policiais da Delegacia de Homicídios que investigaram a morte de Renné Senna. “Eles estiveram na casa da minha mãe e a obrigaram a depor sem permitir que ela chamasse um advogado. Eles também levaram o celular da casa dela, que nunca foi devolvido. Além disso, os policiais não possuíam qualquer mandado de busca e apreensão para levar o celular”.
Adriana faz acusações
Durante o depoimento, a viúva revelou que Renné e seu então segurança Davi Vilhena tramaram o assassinato de Anderson, que estaria fazendo ameaças à família após ser demitido. “Eu vi quando o Renné deu envelope com R$ 30 mil ao Davi, prometendo pagar mais R$ 40 mil após o ‘serviço’. Questionei-o e ele revelou o plano, do qual o convenci a desistir. Ele então pegou o dinheiro de volta”.
De acordo com a viúva, após demitir o segurança, houve boatos de que ele tentaria invadir a fazenda onde moravam Renné e Adriana para sequestrar a filha dela. Ela contou também que o homem contratado para matar o ex-segurança morreu cinco dias depois, durante uma falsa blitz, na Ilha do Governador.
A viúva voltou a acusar Renata Sena, única filha de René, em ter interesse na morte do milionário. “De início, eu cheguei a desconfiar que o Anderson pudesse ter matado o René. Mas depois, até mesmo pelo comportamento da filha, eu logo passei a desconfiar dela”, justificou. Ela contou que um irmão de René chegou a clonar o cartão de débito do milionário, e retirou indevidamente da conta R$ 30 mil.
Ela disse que as brigas com Renné ocorriam quando ele saía para beber, ou ia para a casa de parentes sem avisá-la. Adriana também contou que sabia que René tinha feito um novo testamento, mas não sabia de quanto seria a sua herança. Adriana também negou a versão de Angela Sena, irmã de René, onde ela disse que a viúva se ofereceu para trabalhar como empregada de René, após descobrir que ele ganhou na loteria.
Fonte: Jornal Extra e O Dia
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
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puta sem vergonha
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