Flávio Azevedo
Uma das imagens registradas no dia do lançamento do Lona na Lua, em 17/05/2019 |
Tarde de domingo, 17 de maio de 2009. Eu estava em Lavras, interior de Rio Bonito. Naquele dia o meu compromisso profissional era acompanhar um garoto maluco chamado Zeca Novais, que decidiu criar um projeto chamado “Lona na Lua”. Teve gente rindo, gente ridicularizando, mas também teve gente acreditando que ali nascia algo diferente. Dois anos antes, aquele garoto havia participado de um quadro no Caldeirão do Huck. Embora não tenha ganhado o “Garoto Malhação”, em Rio Bonito ele ficou famoso.
Vestindo a primeira camisa do “Projeto Lona na Lua”, trajando um chapéu amarelo estilo seu Madruga, Zeca Novais (na foto, em pé, ao fundo), junto do seu grupo de colaboradores, promoveu uma atividade que reuniu seguramente cerca de 200 pessoas. Na quadra de Lavras, além da garotada, vários adultos, por exemplo, a saudosa professora Nazareth Mello.
Eu revezava no papel de jornalista (cobrindo o evento) em início de carreira com o papel de colaborador do projeto. A apresentação do evento era comigo. Ainda não sabíamos bem o que era aquilo, mas eu lembro que ofereciam música, dança, arte, maquiagem, declarações inflamadas, talento, sonhos e muito coração. Entre as declarações daquele dia eu me lembro de ter dito que o Lona na Lua seria um divisor de águas no cenário cultural de Rio Bonito. Teve gente chateada comigo por conta disso. Um sujeito veio me dizer que eu não podia falar essas coisas, porque eu estava em início de carreira e “você pode se queimar”. Não dei um pingo de confiança para aquele chato e segui defendendo essa ideia.
Dias depois, uma conceituada professora, sabendo da amizade que eu tinha com “Zeca Novais”, se aproximou de mim falando mal dele e chamando o meu amigo de “Zeca Pagodinho”. Confesso que fiquei chateado, mas penso que chamar aquele garoto que botou na cabeça que armaria uma Lona na Lua de “Zeca Pagodinho”, um dos maiores artistas populares do país, fez bem a ele. Penso que os fluidos do pagodeiro mais ilustre de Xerém alcançaram o filho de Seu Mineiro e Dona Fátima, porque, hoje, o “Zeca Pagodinho” de Rio Bonito também é um dos ícones da Cultura do Rio de Janeiro e da nossa Região.
Lona na Lua, que venham outros 10, 20, 30 anos... Zeca Novais... Você é um dos sujeitos mais obstinados que conheço. Parabéns! O Lona na Lua só alcançou esses 10 anos por conta da sua teimosia. Um abraço cara! Do seu irmão, Flávio Azevedo... Vamos em frente!
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