“Operários da Arte”, um título que em
2013 foi dado ao ônibus da Educação destinado a Secretaria Municipal de Cultura.
Essa nomenclatura representa bem os nossos universitários, que precisam ser “artistas”
para aturar o atual momento dessa prestação de serviço em Rio Bonito. Nessa
segunda-feira (16/02), ainda sem a carga máxima de alunos, o serviço até ia bem,
até que a chuva chegou para mostrar que a manutenção anunciada pode ter acontecido,
mas esqueceram de calafetar os buracos por onde a chuva entra e molha os
estudantes.
O transporte dos universitários nos
ônibus rurais, que devem atender os alunos do Ensino Fundamental, é uma piada
com a Educação de Rio Bonito. Se levarmos em conta que esse setor movimenta
anualmente um Orçamento da ordem de R$ 40 milhões, a palavra piada acaba sendo
trocada por “sacanagem”. Segundo fontes, em 2015 cerca de 1,3 mil alunos usavam
o serviço. Em 2016, cerca de 650 já renovaram a carteira para usar o
transporte. “E os calouros ainda não estão nessa contagem”, lembrou a nossa
fonte.
Na manhã também dessa segunda-feira, o
ônibus apelidado de “guaravita” apresentou problemas mecânicos na altura de
Manilha, próximo ao pedágio, e não seguiu viagem. Os alunos tiveram que seguir
em ônibus de carreira. A revolta dos estudantes era geral. Eles também temem que
esse cenário seja constante ao longo de 2016, porque cada vez fica mais difícil
acreditar que o contrato de locação com a Rio Lagos, que transportou os alunos
nos últimos dois anos, será renovado.
– Sem os ônibus rodoviários da Rio
Lagos nós ficaremos a mercê desses amarelinhos e dos guaravitas, que nós
sabemos não estarem mais aguentando circular no ritmo que exige o transporte
universitário. Eles estão trabalhando há 10 anos. Rodar dentro do município, de
um bairro para o outro, tudo bem! Mas esses carros não vão suportar viagens
para Niterói e São Gonçalo, às vezes, três vezes ao dia. É uma situação muito
complicada e não temos a quem recorrer, porque não somos ouvidos, os estudantes
são desunidos e quem poderia estar conosco nessa luta tem rabo preso com a
prefeita – comentou uma universitária, que pede para a sua identidade não ser
revelada, “exatamente pela questão do rabo preso, porque eu sou um deles e fico
com medo de falar abertamente e perder o meu emprego ou ficar prejudicado”.
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