Flávio Azevedo
Ao contrário do que
estão pensando os puxa sacos, eu não vou culpar a pífia gestão municipal pelos
alagamentos dessa quinta-feira (28/01). O político até acha que pode tudo, mas
está aí um elemento que ele não controla: a natureza. Aliás, de tempos em
tempos a natureza, que não tem partido, decide lembrar ao político que ele não
foi correto ao tratar da ocupação do solo, que ele foi safado ao permitir desmatamentos;
que ele foi bandido ao não impedir a criação de loteamentos irregulares, que
visam unicamente o enriquecimento dos loteadores.
Das 17h às 19h30min
de, hoje, eu percorri vários pontos do Centro de Rio Bonito para descobri que a
culpa dos alagamentos é nossa. Sim senhor: É NOSSA! Debaixo de chuva eu
registrei um volume absurdo de lixo doméstico boiando nas águas dos rios que
cortam Rio Bonito. Eu concordo que a limpeza da cidade não está boa, que as
ruas estão cheias de entulhos e resto de poda de árvores, mas o fato da
Prefeitura ser desleixada não é razão para eu ser também.
O volume de garrafas
pet, embalagens de todo tipo e até um colchão (passou por mim na esquina da Av.
Manuel Duarte com Dr. Francisco de Souza), são coisas que vieram dos nossos
quintais, das nossas casas. Os políticos são irresponsáveis e deixam muito a desejar?
Nós também.
O colchão que vi
boiando, hoje, não veio da casa da prefeita, do vereador ou de qualquer
secretário municipal. Veio de nossas casas. Foi jogado na beira do rio por
alguém que já deve estar tentando justificar esse crime apontando o crime do
outro. As residências erguidas em áreas indevidas (não respeitando a distância
exigida da margem do rio), só estão ali porque um oportunista ligou para um
prefeito oportunista e ambos entenderam estar diante de uma oportunidade. “Eu
autorizo a ilegalidade e você me dá o seu voto”. Ou... “Eu te dou o meu voto e
você autoriza a ilegalidade”.
É preciso pensar, analisar, refletir, não apenas a postura e atitudes do
político, mas as nossas atitudes como cidadãos e eleitores. Os políticos erram
o tempo todo? Nós também! E não é possível corrigir esses erros sem reconhecê-los.
A classe política precisa abrir mão do oportunismo que lhes é peculiar e o povo
também, que pensa ser uma grande vantagem trocar o voto por vantagens que a
chuva leva em minutos.
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