Flávio Azevedo
Em virtude da
grande repercussão que gerou o texto “Marcha para Quem?”, publicado no último
dia 19 de maio, é importante revisitar o tema “Marcha Para Jesus”. Começamos
destacando aos amigos leitores que a nossa formação religiosa é evangélica e
essa condição nos permite perceber que a religião está sendo desvirtuada. Como
escreveu S. Paulo (Romanos 1:25), a criatura está tomando o lugar do Criador.
Não estamos através
desses textos (esse e o anterior), debatendo a veracidade dessa ou daquela
denominação, mas refletindo sobre a nossa postura diante da missão que nos foi dada
por Jesus. Em Romanos (12:1-2), S. Paulo escreveu que o culto deve ser santo,
agradável e RACIONAL. O apóstolo também faz um alerta: “não vos conformeis com
o presente século”. Algumas pessoas ficaram chateadas com a nossa posição diante
do assunto, mas está nítido que ofertar com o bolso alheio é muito mais fácil.
A impressão que
temos é que alguns líderes religiosos não assimilaram as lições contidas na
história da “Oferta da Viúva Pobre”, escrita em Lucas 21:1-3. Quanto ao recurso
“ofertado” pelo poder público, como se tornou cultural a cessão desse dinheiro,
quem governa tem que se sujeitar a esse absurdo, porque a contrapartida de não liberar
a grana é ser considerado "inimigo dos evangélicos".
Diante do exposto,
alguém escreveu: “oremos!”. Pode ser, mas Jesus disse que nós precisamos “orar
e vigiar, para não entrar em tentação, porque o espírito está pronto, mas a
carne é fraca” (Mateus 26:41). Já o apóstolo Pedro, na sua primeira epístola (1º
Pedro 5:6-8) escreveu: “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus,
para que a seu tempo vos exalte. Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade,
porque ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios; vigiai; porque o DIABO, VOSSO
ADVERSÁRIO, anda em derredor, bramando como leão, BUSCANDO A QUEM POSSA TRAGAR”.
Marcha de verdade
Rio Bonito conta
com um asilo gerenciado pelos espiritas e outro pelos católicos (essas
entidades, de vez em quando, recebem justas, mas pequenas, subvenções da
Prefeitura). E o asilo mantido pelos evangélicos, não tem? De acordo com Isaías
(58:6-7), a verdadeira adoração é “que soltes as ligaduras da impiedade, que
desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces
todo o jugo. A verdadeira adoração também consiste em repartir o nosso pão com
o faminto, e recolher em casa os pobres abandonados; e, quando virmos essas
pessoas despidas, as cubramos”.
O apóstolo Tiago escreveu
que “a religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: VISITAR OS ÓRFÃOS
E AS VIÚVAS NAS SUAS TRIBULAÇÕES, E GUARDAR-SE DA CORRUPÇÃO DO MUNDO
(Tiago1:27). Isaías e Tiago acertaram em cheio, porque não existe "Marcha
Para Jesus" melhor que a caridade para com o próximo. Jesus agia assim.
Aliás, luzes e holofotes não nos guarda da corrupção do mundo. Pelo contrário,
joga a pessoa sobre a corrupção do mundo.
Que os evangélicos “marchem
para Jesus” através da construção de um lar de idosos, de um orfanato, de mais
uma casa de recuperação de dependentes químicos (já temos algumas gerenciadas
por evangélicos e católicos); e/ou até construindo uma escola técnica e
profissionalizante... Que tal? Vemos reclamações generalizadas sobre a
prestação de serviço do Hospital Regional Darcy Vargas, da UPA... E se todos os
evangélicos “marchassem para Jesus” erguendo e mantendo um hospital? Acreditamos
que seria um testemunho maravilhoso e uma forma fantástica de exaltar o nome de
Jesus.
Aí sim, convida-se
Thalles Roberto, Aline Barros, Fernanda Brum; Francisco Silva e sua turma;
Arolde Oliveira e seus cantores; Bispo Macedo e sua galera; para realizarem um
show beneficente num clube da cidade com a arrecadação destinada a manutenção
do referido hospital ou da mencionada escola técnica. Essa seria uma “marcha e
tanto para Jesus”! Vale lembrar que Jesus Cristo, em sua trajetória, pregava, ensinava,
mas também curava e alimentava.
Finalizamos com o
artigo 19 da Constituição Federal (1988) que diz assim: É vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas,
subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei,
a colaboração de interesse público. Já os dicionários de Língua Portuguesa definem a palavra subvenção
como “subsídio ou auxílio pecuniário”.
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