Flávio
Azevedo
O Senador Lindberg
Farias defende a participação popular no governo.
|
Depois de
receber o deputado federal, Antony Garotinho (PR), no último dia 17 de abril, o
Espaço Cultural Lona na Lua recebeu, na tarde do último dia 23 de maio, a
visita do senador Lindberg Farias (PT) e a “Caravana da Cidadania do PT”. Ambos
estão na corrida pelo governo do Rio de Janeiro. A equipe do Lona espera
receber os demais candidatos a governador. O assunto predominante foi Cultura,
mas o senador também respondeu perguntas sobre Saúde, Educação, Segurança e Cidadania.
Participação
popular no governo (caso seja eleito), distribuição de investimentos para regiões,
que serão divididas de acordo com as suas características; foram temas
abordados pelo senador. “Não adianta você trazer tudo para uma cidade,
esquecendo a Região. Isso tem que acontecer de forma organizada,
descentralizada, para que os municípios se desenvolvam com igualdade”,
declarou.
Para
alcançar essa realidade, o senador comentou que, caso seja o governador do Rio
de Janeiro, irá criar uma secretaria de Governo na Região. Segundo Lindberg,
essa é a única maneira do povo ser ouvido, através de “consulta e de um
orçamento participativo, para as pessoas não ficarem dependendo de um coronel”,
comentou.
Marcaram
presença, integrantes do PT de Rio Bonito e Silva Jardim. Ex-vereadores como
Luiz de Mendonça Martins, o Luiz da Luz; e Arnupho Dobbin Ferro, o professor
Arnupho; também prestigiaram o evento. O ex-prefeito de Silva Jardim, Marcelo Xavier,
o Zelão; a ex-prefeita de Rio Bonito, Maria Luiza Cid Loureiro; a vereadora de
Silva Jardim, Zilmara Brandão da Silva, a Zilmara Xavier; e lideranças petistas
do município de Maricá, entre eles a primeira dama daquele município, Rosangela
Zeidan; também passaram pelo Lona na Lua para ouvir o senador.
Reflexão
Em tempos
de eleição, cada um puxa brasa para a sua sardinha, defende as suas ideias e
tenta garantir um lugarzinho ao sol. Na alça de mira dos pré-candidatos, o
cidadão, que como diz o compadre Washington: “sabe de nada inocente!”. Afirmamos
isso, porque até quem é culto, por vezes não percebe que a política, aquela que
nasceu na Grécia e está nos livros universitários, não é praticada em nenhum
lugar do Brasil. O que se em terras tupiniquins é a política partidária, exercida
sobre interesses individuais e nunca coletivos.
Vale
ressaltar que nenhum político entra para a vida pública pensando em se
locupletar ou se servir do povo. Alguns são mais operacionais, outros não, mas
todos querem ajudar a população. Contudo, ao chegar ao poder, para executar
aquele monte de promessas, o político precisa enfrentar o “sistema”, um ser
mitológico, midiático, abstrato e perverso, que se contrariado agride e fere quem
o cutuca.
Independente
de quem está no governo é o sistema quem comanda. O político é apenas a ‘carinha’
sorridente que aparece nos noticiários. Para enfrentar o sistema só convocando o
povo (“o povo, unido, jamais será vencido”!). Contudo, esse povo está sem
ideais, descrente da política e não confia no político, porque o sistema fez o
povo acreditar que o político, que também é vítima do sistema, é o grande vilão.
Para
enfrentar o sistema e conseguir o poio popular, o Brasil não precisa de um
político, mas de alguém que reconheça publicamente a existência do sistema, que
só permite mudanças quando ele tem certeza de que as coisas vão continuar do
jeito que estão. Entretanto, por medo de ofender o povo, por receio de perder
votos, ou por desconhecimento de causa, poucos têm coragem de reconhecer a
existência do sistema, que ironicamente se alimenta do próprio povo. Sim, o
povo fortalece o sistema com as suas incertezas, o cultural oportunismo, a
avidez pelas facilidades, a busca pelo ganho fácil, a paixão pela corrupção e a
conivência com a impunidade.
O político não
é um alienígena. Ele também não é sueco, finlandês ou moçambicano. Ele é
brasileiro e leva, para política ou para qualquer outra atividade, os seus
hábitos e práticas. Ignorar essa realidade, que muitos não querem enxergar, é
continuar se enganando; é manter a maléfica transferência de responsabilidade;
é permitir que o sistema continue governando em nosso lugar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário