Flávio Azevedo
O deputado Paulo Melo durante sessão na Alerj. |
Bandidos invadiram, por volta das 22h
do último dia 21 de junho, o sítio do presidente da Assembleia Legislativa do
Rio de Janeiro (Alerj), Paulo Melo. A propriedade fica localizada em Lavras,
município de Rio Bonito. Policiais militares que cuidam da segurança do
deputado foram alvejados na ação. A prefeita de Saquarema Franciane Mota, esposa
do presidente da Alerj, contou que também estava no interior do sítio. Ela revelou
que Paulo Melo quebrou o dedão do pé ao tentar se proteger dentro de casa. As
últimas notícias é que todos estão fora de perigo.
Pelas ruas de Rio Bonito, além da
preocupação com a integridade física das vítimas, circulam comentários que têm
origem nas teorias da conspiração, o que é natural se levarmos em conta que a
população de Rio Bonito já presenciou assassinatos de grande repercussão e
crimes reais (todos sem solução). Entretanto, o riobonitense também já foi
obrigado a engolir atentados forjados, sobretudo em período eleitoral. Estórias
que depois do caso passado são contadas com muita graça nos encontros que
reúnem pessoas envolvidas na política local.
A gravidade do tema sugere que
esqueçamos as teorias da conspiração para refletir a respeito de uma situação
real que, agora, vitimou um figurão: a VIOLÊNCIA, que há anos afirmamos – para desagrado
de muitos – estar crescendo e vitimando, sobretudo, as localidades
interioranas. Quadrilhas especializadas em assaltos a sítios e fazendas estão sendo
presas, mas outros bandidos continuam praticando essa modalidade de crime.
Nas reuniões do Conselho Comunitário
de Segurança (CCS), o assunto tem sido comentado com regularidade. Moradores do
interior do município e representantes dos trabalhadores rurais já participaram
de inúmeros encontros cobrando investimento em segurança e, principalmente, mais
patrulhamento para o interior do município. A cúpula do governo do Estado,
porém, segue insensível aos clamores dos riobonitenses.
O deputado Paulo Melo tem uma
propriedade bem cercada e conta com a segurança de Policiais Militares. Nós,
porém, questionamos: e quando os bandidos chegam para assaltar os pobres sitiantes
de localidades como Chavão, Catimbau, Rio Seco, Rio Mole, Tomascar, Mata,
Mineiros, Sambê, Lagoa Verde, Braçanã, entre outras, qual a defesa dessas
pessoas? Eles contam com policiais militares no portão? Contam com helicópteros
procurando os marginais que os atacaram? Os figurões do Estado conhecem a
situação de abandono dos “meros mortais”? Esse quadro de horror está sendo
pensado pelas autoridades máximas do Estado do Rio de Janeiro?
As eleições para o governo do Estado e
para ocupar as cadeiras da Alerj estão se aproximando. Sinceramente nós esperamos
não ouvir nos palanques que serão armados em Rio Bonito, essa cantilena de UPP,
de combate a criminalidade, que efetivamente não está resolvendo o problema da
violência no Estado do Rio de Janeiro. Ao tratar do tema, Segurança, nós
queremos saber é o que os políticos que disputarão as próximas eleições têm de
projetos para combater o volume de vagabundos que, como ratos, estão infestando
as cidades do interior.
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