Flávio Azevedo
Todo início de ano
é a mesma coisa! O assunto “incentivo ao setor cultural de Rio Bonito” aparece
em jornais, nas rodas de bate-papo e, principalmente, nas mídias sociais. O interessante
é que os grupos políticos se manifestam como se já tivessem fomentado alguma
coisa que fosse realmente relevante para o setor. Convém lembrar que as únicas
iniciativas culturais que Rio Bonito presenciou foram lampejos, soluços, e nunca
uma ação consistente e perene. Isso sem falar que muita coisa só acontece por
conta da iniciativa particular dos artistas e/ou empresários da cidade.
Em todos os tempos,
a política cultural em Rio Bonito é pífia e todos nós sabemos disso! Pensar diferente
é puxa-saquismo e/ou burrice. Aliás, uma política cultural voltada ao
preservacionismo e que atue junto com a promoção do Turismo; do fortalecimento
das nossas raízes; da divulgação dos
nossos ícones culturais, tais como Igrejas (inclusive, a Igreja de Santana, no Basílio,
é único patrimônio tombado de nossa cidade), Índio Chorão e todo Parque da Caixa
D'Água; cachoeiras como as que temos em Braçanã, Lavras e Tomascar; as nossas rampas
de Voo Livre (Serra do Sambê e Lavras); nós nunca vimos (somente soluços)!
Existe, porém, uma
realidade que é ignorada por quase todos. Hoje, a promoção dos ícones culturais
de qualquer lugar é um negócio... Aliás, um negócio bem lucrativo, mas isso
precisa ser entendido por todos nós. Olhar os grupos teatrais, musicais,
atores, músicos, escritores, festivais e eventos que envolvam essas pessoas;
prestigiar os nossos escultores, artesãos, desenhistas etc., como um negócio é
o que está faltando.
Fica muito nítido
que além do poder público precisar comprar essa ideia, as pessoas envolvidas e
a sociedade como um todo precisam ter esse mesmo entendimento. O contrário
disso torna toda e qualquer iniciativa manca e sem consistência! O problema
é que em cidades de menor porte como Rio Bonito, existe uma eterna queda de
braço entre o "Romantismo" e o "Business", o que é uma
"burrice", já que um setor não vive sem o outro.
Os personagens
envolvidos no setor cultural comem, precisam sustentar suas famílias e seus
projetos culturais e/ou artísticos. Por outro lado, o município precisa desse
pessoal atuando para mostrar alguma coisa ao visitante que chega. Bem, se é que
se pretende colocar a “Cidade Risonha” no roteiro turístico do país. Sendo assim,
seria salutar se as diferenças fossem deixadas de lado e esses atores, o "Romantismo"
e o "Business" caminhassem de mãos dadas. É possível? Claro que
é! Mas é preciso que o trabalho de lugar as picuinhas, as divergências de viés pessoal
e outras bobagens que atrasam e atravancam o crescimento do setor cultural e
artístico de Rio Bonito.
É o que penso!
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