Flávio Azevedo
Entre as muitas promessas que se faz
no início de um Ano Novo está parar de fumar, iniciativa que pode contribuir
para a longevidade e, naturalmente, garante mais saúde ao cidadão. Contudo, se
manter longe do cigarro é uma meta que deve ser bem planejada para que o
fumante não sofra com a “abstinência”. Vale ressaltar que as estatísticas sobre
o hábito de fumar em todo mundo são assustadoras. Segundo a Organização Mundial
da Saúde (OMS), diariamente 100 mil crianças tornam-se fumantes em todo o
planeta. A OMS afirma ainda, que anualmente cinco milhões de pessoas morrem por
conta do fumo.
Outra alarmante
estatística da OMS é que se o uso do de cigarros, charutos e cachimbos continuar,
em cerca de 20 anos o número anual de mortes por problemas causados por esse hábito
pode chegar a 10 milhões. A organização também informa que o fumo é uma das
principais causas de morte evitável. Estudos da OMS apontam que um terço da
população mundial adulta (1,3 bilhão de pessoas) fuma. Ou seja, cerca de 47% da
população masculina e 12% da população feminina.
Outro fator
preocupante é que informação e nível cultural nem sempre são suficientes para evitar
que a pessoa deixe o fumo ou não comece a fumar. Nos países em desenvolvimento,
os fumantes somam 48% dos homens e 7% das mulheres. Já nos desenvolvidos, curiosamente,
o número de fumantes do sexo masculino diminui (42%) e do feminino mais do que
triplica (24%). No Brasil, uma pesquisa do Ministério da Saúde, através do Instituto
Nacional de Câncer (Inca), indica que 18,8% da população brasileira é fumantes,
sendo 22,7% homens e 16% mulheres.
O
que fazer
Especialistas aconselham os fumantes
que querem abandonar o hábito a determinar uma data para largar o vício. O “desmame”,
como define alguns profissionais de saúde, pode ser imediato ou gradual. O método
mais recomendado é a “parada imediata”. O fumante marca uma data e a partir do
dia determinado não fuma mais. Contudo, essa maneira pode trazer sequelas,
sobretudo para pessoas que fumam há muito tempo ou fumam muitos cigarros num
único dia.
O fumante,
porém, pode optar por parar aos poucos, o que ele faz reduzindo o número diário
de cigarros ou retardando a hora do primeiro cigarro do dia. No entanto, especialistas
no assunto comentam que o fumante não deve gastar mais de duas semanas na
diminuição do cigarro, porque essa demora pode ser uma maneira de adiar a
decisão de deixar o hábito de fumar.
Outras correntes
que tratam do assunto destacam os efeitos da “abstinência”, que podem ser muito
fortes se a pessoa, por exemplo, fuma três ou mais carteiras de cigarros por
dia (cerca de 60). Por isso, a dica é retirar um cigarro a cada dia, o que
impede os efeitos da “abstinência”, que são sintomas como ansiedade,
inquietação, sonolência ou insônia e até constipação intestinal (prisão de
ventre).
Fumar cigarros de baixos teores para
diminuir o impacto das suas substâncias no organismo não é uma boa alternativa,
porque qualquer fumaça aspirada também faz mal à saúde. Desconfiar de métodos
milagrosos para deixar de fumar também é importante e caso a pessoa tenha
dificuldade para deixar o hábito, o que é normal, porque o cigarro têm
substâncias que viciam e causam dependência, procure orientação médica e grupos
de ajuda.
O
cigarro
A fumaça do cigarro tem mais de 4,7
mil substâncias tóxicas. O alcatrão, por exemplo, é composto de mais de 40
compostos cancerígenos. Já o monóxido de carbono (CO) em contato com a
hemoglobina do sangue dificulta a oxigenação e, consequentemente, ao privar
alguns órgãos do oxigênio causa doenças como a aterosclerose (que obstrui os
vasos sanguíneos). A nicotina é considerada pela OMS uma droga psicoativa que
causa dependência. Ela também aumenta a liberação de catecolaminas, que
contraem os vasos sanguíneos, aceleram a frequência cardíaca, causando
hipertensão arterial.
Efeitos
do fumo
O hábito de fumar está relacionado a
mais de 50 doenças, sendo responsável por 30% das mortes por câncer de boca,
90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença do coração, 85%
das mortes por bronquite e enfisema, 25% das mortes por derrame cerebral.
Segundo dados
do Inca, o tabaco também tem relação com a impotência sexual e infertilidade
masculina, porque prejudica a mobilidade do espermatozoide. Os mesmos
prejuízos também são atribuídos ao cachimbo e ao charuto. Apesar de não serem
tragáveis, possuem uma concentração de nicotina maior, que é absorvida pela
mucosa oral.
O passivo (que aspira a fumaça do
cigarro expirada pelo fumante) também aumenta os riscos de doença. Sete não
fumantes morrem por dia em consequência do fumo passivo. O tabagismo passivo
aumenta em 30% o risco para câncer de pulmão e 24% o risco para infarto. Os
tratamentos mais eficazes unem apoio medicamentoso com mudanças de
hábitos.
Estudos indicam que cada tragada contem
4.730 substâncias e, com o tempo, o corpo do fumante passa a precisar do
cigarro para funcionar. Quando se retiram essas substâncias, particularmente a
nicotina, o corpo vive uma espécie de curto-circuito e entra em “síndrome de
abstinência”.
Psicólogos apontam que um dos efeitos
do cigarro é que o fumante o transforma numa ferramenta de apoio, que passa a
fumar mais quando está estressado, triste ou solitário. O fumante também passa
a ter o seu comportamento determinado pelo vício. Há momentos em que o hábito de
fumar é automático, mas geralmente ele está presente depois da refeição, do
cafezinho, após usar o banheiro, quando o fumante acorda etc.
OBS: Para obter informações sobre tabagismo, consulte o site do Inca (http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home), órgão do Ministério da Saúde que é responsável por coordenar e executar o Programa de Controle do Tabagismo no Brasil.
OBS: Para obter informações sobre tabagismo, consulte o site do Inca (http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home), órgão do Ministério da Saúde que é responsável por coordenar e executar o Programa de Controle do Tabagismo no Brasil.
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