Flávio Azevedo
A manutenção do fechamento da Av. Castelo Branco (Rua dos Bancos), a dificuldade de acesso ao Departamento Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran/RJ), para a assinatura de um convênio com a Prefeitura Municipal de Rio Bonito; a necessidade da população usar o desconfiômetro para não cair em golpes (conto do vigário); a implantação do Projeto Cidadania Viva; a implantação da Central de Monitoramento; e as obras do viaduto que liga o Green Valley ao Loteamento Schuler; foram alguns dos assuntos abordados durante a reunião do Conselho Comunitário de Segurança (CCS) de Rio Bonito, na noite dessa segunda-feira (14/05).
Alegando que tem sido cobrado por alguns munícipes a respeito do fechamento da Av. Castelo Branco (Rua dos Bancos), o presidente do CCS, Bruno Soares colocou o assunto na ordem do dia. “Será que nós poderíamos fazer uma experiência de 30 dias com a via fluindo apenas a pista de descida? Ajudaria a escoar o trânsito nas ruas principais? Eu gostaria de aproveitar a presença das autoridades (Polícia Militar e Civil) para debater o assunto e as possibilidades”, comentou Soares.
O vice-prefeito Matheus Neto, representando o prefeito José Luiz Antunes, disse que o chefe do Executivo acataria aquilo que as autoridades policiais e o CCS entendessem ser o melhor para o município. O comandante da 3ª CIA da PM de Rio Bonito, o Capitão Toledo, comentou que em Itaboraí não foi fechada nenhuma rua por conta das “saidinhas de banco”. Entretanto, comentou o capitão, “enquanto em Rio Bonito esse crime foi zerado, na cidade vizinha eles continuam acontecendo”.
O delegado Paulo Henrique da Silva Pinto se mostrou favorável a manutenção do fechamento e ainda fez uma provocação. “Digamos que a via seja aberta em caráter experimental. Nesse tempo, como já aconteceu em duas outras ocasiões, a mãe de alguém sofre um assalto nessa rua, acaba tomando um tiro e morre. Qual será a repercussão disso? A culpa será de quem? É preciso pensar bastante antes de se tomar a decisão de abrir essa rua, que acabou ficou muito mais segura sem o trânsito de veículos”, ponderou o delegado.
Quanto ao trânsito tumultuado, sobretudo na “hora do rush”, situação que estaria sendo provocada pelo fechamento da referida via, o diretor da Guarda Municipal, Luis Antonio Sansão disse não justificar esse pensamento, porque o trecho é aberto exatamente às 17h quando o fluxo de veículos fica complicado em todo perímetro urbano. Diante de todos esses pontos de vista ficou definida a manutenção do fechamento da rua, que poderá ser aberta quando a Praça Astério Alves de Mendonça estiver fechada para a realização de algum evento.
Detran, agente de trânsito e multa
De acordo com o vice-prefeito Matheus Neto (ele não quis polemizar o comentário de uma suposta interferência do deputado estadual Marcos Abrahão, para que a assinatura do convênio entre Prefeitura e Detran não ocorra), a dificuldade de se falar com os responsáveis pelo Detran é flagrante. “Já mandamos inúmeros ofícios, mas sequer obtivemos resposta”. Segundo Matheus foram enviados dois ofícios em 2011 (agosto e outubro) e um em 2012 (março). “No último dia 27 de abril um pedido para resolver essa questão foi entregue diretamente ao governador”.
O vereador Humberto Belgues afirmou que caso seja feito o convênio com o Detran, as multas poderão ser facilmente suspensas. Segundo ele, para terem validade os autos de infração teriam que ser, obrigatoriamente, lavradas por agentes de trânsitos e não guardas municipais. “Não podemos pegar qualquer funcionário da Prefeitura para fazer essa função. Aliás, da outra vez, o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) foi assinado entre Prefeitura e Ministério Público, exatamente por conta desse impedimento. Só que o concurso para agente de trânsito não foi feito”, comentou o parlamentar.
Sobre os prometidos investimentos em monitoramento, segundo o vice-prefeito Matheus Neto, a contratação da empresa está na fase final e no mês de junho a empresa ganhadora já deverá estar sendo contratada para começar os trabalhos. Matheus afirmou ainda que “essa central não vai coletar apenas dados para a Segurança, mas também para as polícias e Defesa Civil”. Ele também ressaltou a parceria que o município tem com o CCS e comentou que alguns benefícios, como o viaduto do Green Valley, só estão sendo alcançados por conta dessa parceria.
Assaltos na Nutriara
Um dos presentes denunciou o alto índice de assaltos a funcionários da Nutriara, empresa localizada no 3º Distrito. Segundo o denunciante, na troca de turno, que ocorre entre 21h e 22h, vários operários da fábrica estão sendo assaltados nas imediações da empresa. Juntos, o delegado Paulo Henrique e o subcomandante do 35º BPM, Major Mannato, disseram que a falta do registro de ocorrências faz com que a polícia não tenha acesso a essas informações.
– Aí nós vemos a importância do CCS, porque se a pessoa não registrou a ocorrência, aqui nessa reunião nós descobrimos essa ação criminosa e vamos intervir – ponderou Mannato. Sobre esse tema, o denunciante confirmou que perguntou a algumas vítimas se elas haviam registrado os assaltos e essas pessoas teriam reconhecido que não fizeram o registro. “Assim fica difícil nós sabermos o que está acontecendo na cidade”, reclamou o delegado.
“Conto do vigário”
Os golpes, modalidade de crime muito manjada, mas que continuam fazendo vítimas Brasil a fora, segundo o delegado Paulo Henrique da Silva Pinto, precisam ser comentados para que menos pessoas sejam vítimas dessa modalidade de crime. De acordo com ele, recentemente em Rio Bonito, uma pessoa recebeu um telefonema informando que ela havia sido sorteada pelo “Caminhão do Faustão”, mas para receber o prêmio seria preciso que ela fizesse o deposito de certa importância em determinada conta.
– Também temos a história do sequestro. Alguém liga imitando uma criança chorando, uma mulher desesperada e quando a pessoa está impressionada, o bandido diz que só libera a vítima mediante ao depósito de determinada quantia numa conta disponibilizada pelo suposto sequestrador. Depois da transferência do dinheiro a vítima descobre que foi tapeada – alertou.
Outros dois golpes que estão sendo empregados por bandidos é o sujeito que chega a determinado estabelecimento comercial falando ao telefone celular. Enquanto ele fala no telefone, ele comenta com um funcionário do estabelecimento que o patrão, supostamente conversando do outro lado da linha, está mandando que a pessoa lhe entregue uma quantia. “A atuação do bandido é tão convincente que, geralmente o funcionário acaba caindo no golpe”, disse o delegado.
Outro golpe é o bandido que se apresenta em determinado comércio como engenheiro químico e profissional em dedetização e limpeza. Ele diz já ter prestado serviço para determinado empresário importante da cidade e que esse empresário, amigo da vítima, indicou ele para esse novo serviço.
– Em algumas situações, os bandidos sugerem que o dono do estabelecimento deixe a chave da loja com ele, para que ele faça a limpeza a noite. No outro dia, quando o empresário cai na lábia do bandido, ele descobre que realmente a loja foi limpa, mas de equipamentos e mercadorias – diz o delegado.
O caso da compra do cheque também tem acontecido. A pessoa adquire alguma coisa e paga em cheque. O golpista, porém, está de olho. No dia seguinte, logo cedo, o bandido vai ao estabelecimento, diz que o dono do cheque é seu patrão e que ele mandou trocar o cheque por dinheiro. “Ele compra o cheque e modifica o valor. Sendo assim, um cheque de R$ 80,00 vira um cheque de R$ 2 mil e o prejuízo é do empresário”, conclui.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
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