Flávio Azevedo
Na semana que o coordenador da Defesa Civil Municipal de Rio Bonito, o tenente coronel Bombeiro, Rafael Camilo, acompanhado engenheiro civil, Valdir Duarte, que faz parte do quadro do órgão, em entrevista ao programa “O TEMPO EM RIO BONITO”, aconselharam as pessoas que estão fazendo obra a não comprar qualquer areia, a nossa reportagem surpreendeu um caminhão, as margens do rio Bonito sendo carregado com a areia que foi extraída do rio.
Segundo o engenheiro, “caso a matéria prima não seja de boa procedência, ou seja, tenha origem em rios com águas contaminadas, os prejuízos podem ser grandes para a estrutura da obra”. Vale destacar ainda, que além do risco da areia contaminada, as pessoas que trabalham fazendo a extração do produto atuam sem qualquer tipo de proteção. Existe fiscalização para isso?
quarta-feira, 23 de maio de 2012
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As pujantes montanhas que circundam o BR-101 entre os municípios de Tanguá e Rio Bonito guardam uma peculiaridade que as distinguem dos morrotes tipo meia-laranja que dominam a região. A origem dessas montanhas está relacionada a eventos geológicos num contexto geotectônico indiretamente ligado ao afastamento dos continentes africano e sul americano. Ao longo da BR-101 estende-se uma ruptura na crosta terrestre por onde o magma subiu a cerca de sessenta milhões de anos e deu formação a grandes corpos rochosos que ficaram aprisionados a grande profundidade. Com o tempo a erosão colocou estes nucleos intrusivos a descoberto, dando formação às montanhas de rochas de composição sienítica que hoje tanto admiramos. O que isto tem a ver com a qualidade das águas e dos solos, pergunto. Pois bem, tais rochas apresentam um teor maior de sódio do que as demais da região; e onde houve a formação de veios de pirita, arseno-pirita e fluorita, como ocorre em Tanguá, há maior disponibilidade de enxofre, arsênio e fluor nas águas, especialmente nas águas subterrâneas, o que exige um cuidado maior no caso do seu aproveitamento como água potável, industrial e também para edificações. Um maior teor em sódio das águas, tanto em Rio Bonito como em Tanguá, responde pelo alto grau de corrosão nos vergalhões utilizados na construção civil. Por outro lado, em virtude da composição sienitica das rochas nestas duas montanhas, o solo torna-se mais argiloso, sem areia quartzosa, e portanto mais sujeito a escorregamentos e configuração de áreas de risco. Um bom Plano de Gestão deve partir de um amplo diagnostico ambiental para que se conheça a composição, estrutura e a dinâmica dos sistemas ambientais de forma que seja possivel a definição das vocações tanto locais como regionais e a elaboração de diretrizes administrativas, sejam elas no âmbito empresarial ou público.
ResponderExcluirAcrescento ainda o fato de que a referida Falha Geológica Rio Bonito é clássica na literatura científica - respondendo pela mineralização de Fluorita em Tanguá, onde existe há décadas uma mineração com galerias subterrâneas e onde recentemente o Corpo de Bombeiros Militares do Rio de janeiro realizou uma visita para conhecer o local de refúgio alí criado para acolher mineiros no caso de ocorrer algum desastre. Tive a honra, ao lado do professor Veloso da Universidade Federal Fluminense, em participar do contato e agendamento desta visita histórica, uma vez que ela foi motivada pelo nobre interesse da Corporação Militar após o desastre e resgate dos mineiros nas minas de cobre do Chile.
ExcluirClaudio R. Martins - Geólogo