terça-feira, 17 de setembro de 2024

A Cadeirada do Datena

O nível de puritanismo de determinadas pessoas é muito curioso! Chega ser pueril e/ou senil, a fala de analistas políticos e jornalistas da velha imprensa a respeito de qualquer assunto. Do interior de suas bolhas ideológicas e do conforto dos estúdios climatizados, essas personagens seguem com pose de ‘oráculo’. Esses profissionais ignoram solenemente que as situações olhadas com o tradicional “meu Deus! Que horror!” é puro suco de humanidade e de brasilidade.

Outra verdade é que o cretinismo (doença causada por hipofunção da glândula tireoide) ideológico tem tomado conta da cobertura política no Brasil, no mundo e se espraia também pelas análises a respeito de qualquer outro tema que transite pela pauta do comportamento e dos costumes.

Isso fica muito nítido ao analisarmos a cobertura jornalística das tretas nos debates entre candidatos a prefeito da cidade de São Paulo. Para quem não soube, o apresentador José Luiz Datena agrediu Pablo Marçal com uma cadeira, no debate do último domingo (15/09). Penso que igual aconteceu com Faraó, que mesmo sofrendo com as pragas insistia em manter os hebreus escravizados, os integrantes da velha imprensa seguem igual Faraó com o coração endurecido e não reconhecendo os efeitos da internet e das redes sociais no cotidiano das pessoas.

A condução dos debates, geralmente entre figuras que se hostilizam o tempo todo, expõe certa parvoíce das empresas de informação que organizam esses confrontos. O enrijecimento das regras, estratégia para dominar Pablo Marçal, deixa candidatos bobões gessados e os criativos muito tranquilos para usar tudo que for possível ao seu favor. Políticos e jornalistas ainda não entenderam que lacração pra cima do Pablo Marçal o favorece.

A respeito da cadeirada no Pablo Marçal, ato que deixou jornalistas boquiabertos como se estivessem lidando com monges recém-saídos da clausura. Em particular eu vejo como um caso de desequilíbrio que pode ser vivido por qualquer pessoa. Quem nunca teve vontade de dar uma cadeirada em alguém? Por outro lado, quem nunca provocou um coleguinha igual fez Pablo Marçal? Não podemos aprovar os tais atos, concordo, mas posar de puritano para comentar o assunto é hipócrita e demagogo.

Os debates entre candidatos, surgidos em 1960 nos Estados Unidos, são sim elementos de entretenimento. A mídia não quer que você saiba disso, mas a verdade é essa. Também vale acrescentar que debates no Brasil, sem a interferência dos marqueteiros e maquiadores de comportamento, sempre levarão para frente das câmeras o mais puro suco de brasilidade e do gênero humano. Isso significa que podem acontecer cadeiradas, provocações, xingamentos, exageros, mentiras e aqui entre nós: tudo isso acaba atraindo muito mais a atenção de quem assiste do que as tais propostas, boa parte delas coisas inexequíveis. Vamos em frente! #flavioazevedo

Nenhum comentário:

Postar um comentário