domingo, 16 de fevereiro de 2020

Em Rio Bonito Raimundo Ribeiro e Melissa Cardozo representam a esquerda na corrida eleitoral

Flávio Azevedo
Os pré-candidatos a prefeito em Rio Bonito, Raimundo Ribeiro e Melissa Cardozo.
Despontam em Rio Bonito duas pré-candidaturas orgânicas do espectro de esquerda que devem receber a nossa atenção e principalmente respeito, o que não é muito comum quando se fala de candidaturas – seja a vereador ou prefeito – que não tenham a ‘bênção’ dos grupos econômicos e familiares hegemônicos. Pelo Psol o ator e ativista, Raimundo Ribeiro; foi o primeiro a anunciar a intenção de ser prefeito. Possivelmente pelo PSB, a professora e também ativista, Melissa Cardozo; depois de algum tempo refletindo e coletando opiniões, confirmou que vai participar do pleito de 2020. 

Alguns aspectos interessantes dominam as duas candidaturas se analisarmos o histórico de Raimundo Ribeiro e Melissa Cardozo. Pai de Santo, gay, ator, professor de teatro, morador do 2º Distrito, obrigatoriamente Raimundo Ribeiro; carrega com ele os aspectos mais radicais da esquerda e, logicamente, o viés mais social. A sua linha de pensamento naturalmente atrai os esquerdistas mais aguerridos. A figura do “Rai Ribeiro”, como também é conhecido, nos remete a um estereótipo mais radical.

Já a professora, Melissa Cardozo; carrega consigo um estereótipo que torna o seu nome mais palatável para transitar na política de Rio Bonito, cidade interiorana, tradicional, conservadora e pseudomoralista. Mulher, heterossexual, esposa, mãe de uma criançada, católica fervorosa, professora (o que a deixa confortável para falar de Educação); voz infantil, e adepta do viés da esquerda que pauta suas ideias nos aspectos econômicos, “Mel Cardozo”, como é mais conhecida representa a esquerda mais suave, porém, enigmática.

Embora eu me identifique com o aspecto conservador, tenha orientação política à direita e entenda o viés liberal e o estado mínimo como o melhor caminho para a economia, penso que é importante a esquerda se manter vigilante, porque a meu ver ela atua como “mola moral” e alerta diante de decisões que a sociedade, hoje caminhando pela direita, pode tomar. Somente os espíritos ditatoriais não gostam da dualidade. Aliás, na política o antagonismo é importante porque ele equilibra os pensamentos e ações.

Construo meu argumento com base no conceito de um dos ícones da sociologia moderna, Émile Durkheim, o pensador ateu que defendia a existência da religião por entender que através dos seus dogmas e doutrinas ela freia a voracidade humana. Assim como Durkheim entende que a religião cria uma “mola moral” que equilibra a sociedade, na condição de “direitista” entendo a importância do pensamento antagônico que pode atuar como “mola moral” diante das decisões que precisam ser tomadas pela sociedade.

Esse texto não tem a pretensão de defender e/ou denegrir as pré-candidaturas mencionadas; tão pouco induzir o leitor a tomar partido em alguma direção. Penso que qualquer riobonitense lúcido entende ser necessário resgatar Rio Bonito do cativeiro político que perdura há cerca de 30 anos. Se realmente o sujeito for lúcido ele também entenderá ser perda de tempo e energia os debates que separam quem deveria estar junto para reconstruir o novo rumo que o município precisa.

OBS: minhas análises a respeito das pré-candidaturas de prefeito obedecem minha visão de mundo e minha vontade pessoal. Não adianta me telefonar, mandar mensagem e escrever indireta cobrando texto para o candidato da sua preferência, porque eu só escrevo o que quero e quando estou afim. Obrigado pela compreensão e vamos em frente! #flavioazevedo

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