Flávio Azevedo
Sim senhor! Nos últimos anos está
muito nítido que a “Cidade Risonha” está dividida entre o “progresso” e o
“atraso”. A chegada do asfalto às principais ruas do Centro deixou clara essa
questão. Aliás, a perda de energia em torno desse debate mostra o estrabismo da
nossa sociedade, que deixa de questionar a falta de sinalização vertical e
horizontal (uma urgência ainda no tempo em que pisávamos na pavimentação de paralelepípedo)
para reclamar do novo piso.
Boa parte das argumentações, como em
toda e qualquer situação que envolva o interesse público, são estapafúrdias e
estão longe de ter como foco principal o interesse coletivo. Geralmente, as
reclamações estão baseadas em desconhecimento de causa, repetição de queixas originadas
em grupos políticos que estão fora do poder e, sobretudo, resistência em perceber
que os tempos em que se amarrava cachorro com linguiça estão muito distantes de
nós.
Talvez, por desconhecimento, sempre
tem alguém que defende a ideia de que esses asfaltos deveriam ser espalhados em
localidades como Jacuba, Green Valley e Cajueiros, bairros que realmente
carecem de pavimentação, mas não serão atendidos pelo projeto “Asfalto na
Porta”. Essas localidades serão atendidas, segundo o governo municipal, pelo
projeto “Bairro Novo”. Aliás, não adianta querer andar na contramão desse
planejamento que é do governo do estado.
A nossa sugestão aos reclamantes é que
a cidade deveria receber investimentos do projeto “Rua Napolitana”. Assim como
o sorvete que leva esse nome, que oferece três sabores num único pote, as ruas
seriam repartidas em três faixas lineares iguais. Os primeiros metros deveriam
ser pavimentados em asfalto, os outros três em paralelepípedo e os últimos três
em barro. Assim, cada um trafegaria na pavimentação que lhe agradasse. É claro
que estamos sendo irônicos, mas, às vezes, é o que nos ocorre diante de determinadas
queixas.
Sabemos que opinião é igual nádega,
todo mundo tem a sua. Contudo, com o bom senso não acontece a mesma coisa
(pouca gente tem). E essa realidade é percebida há anos, sobretudo em cidades
de menor porte que, repentinamente, são surpreendidas pela chegada do progresso
e do crescimento, fenômeno que inevitavelmente tira as pessoas da zona de
conforto e promove, para classes superiores, pessoas que, na visão de alguns,
não deveria alcançar esse “privilégio”.
ADOREIIIII
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