Flávio Azevedo
A cruz para os romanos era símbolo de suplício e castigo. Para a humanidade, porém, ela representa oportunidade de salvação. |
Na página 83 do livro “O Desejado de Todas as Nações”, obra
assinada por Ellen G White, a escritora faz o seguinte comentário: “Far-nos-ia bem
passar diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus. Deveremos tomá-la
ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de cada cena,
especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós,
nossa confiança nEle será mais constante, nosso amor vivificado, e seremos mais
profundamente imbuídos de Seu espírito”.
Portanto, a “Sexta-Feira Santa”, como muitos falam, não é
apenas um feriado onde se deve passar o dia comendo canjica, peixes e imaginando
os ovos de Páscoa que chegarão no “Domingo de Páscoa”. Outras pessoas chamam a
data de “Sexta-Feira da Paixão”, que nada tem haver com os casais apaixonados
que se deliciam com a tradicional troca de chocolates da ocasião.
A palavra “paixão” remete ao sofrimento de Jesus, que
segundo a Bíblia, deveria sofrer e morrer crucificado. O relato sagrado garante
que o sacrifício do “Filho de Deus” é o único caminho para a salvação da humanidade,
que deveria receber justo castigo por ter escolhido desobedecer a Deus e se
sujeitar ao Diabo (história de Adão e Eva/Gênesis 3).
Os relatos que falam sobre a crucifixão de Cristo afirmam
que Jesus morreu a hora nona, o que podemos compreender como 15h. No livro de
Mateus (27.45), o apóstolo conta que entre 12h e 15h houve trevas sobre a
terra. Essa escuridão é uma representação do quanto o pecado é pernicioso. Ele é
tão ruim que foi capaz de matar o Filho de Deus. Para o homem, porém, essas
trevas prenunciam salvação. Elas sinalizam que Jesus venceu o conflito entre o
bem e o mal. Essa vitória oportuniza a salvação a quem quiser.
No seu evangelho, João reproduz as palavras de Jesus: “Eu
sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai se não por mim” (João: 14-6).
Se nesse momento eu falo, através desse texto, com alguém que passa por um
grande sofrimento... Alguém que por forças das circunstâncias está sendo
forçado a acreditar que Deus o abandonou... Alguém que sofreu uma perda... Enfrenta
uma desilusão... Eu quero dizer que eu também passo por momento semelhante...
Para nós resta apenas meditar no que escreveu S. Pedro,
na sua primeira carta: “Amados, não estranheis a ardente
prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse. Mas alegrai-vos no fato de serdes
participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua
glória vos regozijeis e alegreis” (I Pedro: 4-12
e 13).
Que Deus
nos abençoe!
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