Flávio
Azevedo
Rubens Lopes permanecerá no comando da Ferj até 2018. |
Por
aclamação, o presidente Rubens Lopes foi reeleito nesta terça-feira (11/03) para
seguir no comando da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj)
até 2018. O dirigente contou somente com o apoio do Botafogo, dos quatro
grandes clubes cariocas, para ganhar novo mandato.
A votação
foi boicotada por Flamengo, Vasco e Fluminense, que emitiram nota oficial em
conjunto para criticar a atual diretoria da Ferj na noite que antecedeu a
eleição. No documento, eles reclamaram das condições de alguns estádios do
Campeonato Carioca, pediram a mudança do formato da competição, que vem
sofrendo com baixo público neste ano. E ainda cobraram a renegociação dos
contratos de TV.
O presidente
do Botafogo, Maurício Assumpção, explicou que não foi consultado para
participar da elaboração do documento e reiterou seu apoio a Rubens Lopes.
– Em nenhum
momento fui convidado a participar de reunião nenhuma, e nem para falar deste
documento. E nem aceitaria, porque quando se está numa batalha, você tem que
escolher muito bem seus aliados para depois não tomar um tiro pelas costas.
Acho que o fórum para discutir isso é aqui dentro. E eu sempre tenho
demonstrado a posição do Botafogo dentro da Federação – afirmou.
O
presidente reeleito acompanhou a opinião do dirigente alvinegro e também criticou
a ausência do trio, Flamengo, Vasco e Fluminense na eleição. “No processo
democrático, você tem que aprender a conviver com os contrários. Concordamos
que temos muito a fazer e melhorar. Não somos impermeáveis a mudanças, mas este
aqui é um fórum de debates. E essa página de desencontros vai ser apagada e
vamos voltar à harmonia”, declarou.
No interior nada funciona
A grande
mídia destaca os problemas e crises do milionário futebol da capital, onde
estão os clubes de grande expressão do Rio de Janeiro. A queixa lá é a diminuição
de receitas, motivada pelo desaparecimento do torcedor das arquibancadas.
Todavia, os conflitos internos na Ferj são muito mais impactantes para as Ligas
e clubes do interior do Estado, onde estão cidades como Rio Bonito, onde o
futebol “jaz” no esquecimento.
Na capital,
o noticiário informa que Flamengo, Fluminense e Vasco reclamam que as bilheterias
e a Federação não ajudam arrecadar. Esse cenário deixam descontentes os grandes
clubes cariocas, que apesar dos problemas contam com patrocínios de empresas de
ponta e cotas milionárias de TV. No interior do estado, porém, as Ligas de
Futebol, que tem voto na Federação estão abandonadas ou entregues a “oligarquias”
ou grupos políticos que controlam tais entidades com mãos de ferro e ações que
se aproximam da tirania.
Isso faz
com que as referidas Ligas dependam exclusivamente das empresas locais e das
Prefeituras, que geralmente têm outras prioridades e/ou não enxergam o desporto
como investimento de primeira necessidade. Num efeito cascata, percebe-se que
Federação dividida é a razão para a existência de Ligas enfraquecidas, que tem
por consequência, a reclamada ausência de competições. Esse cenário também
contribui para tornar fracos e sem comando, as Ligas e clubes.
Esse
conjunto de fatores aniquila o futebol como desporto, como ferramenta de
inclusão social e como negócio, porque afasta o principal ativo do setor: o
torcedor, que vai consumir o produto anunciado durante as competições e nas
transmissões. Esse arcabouço de fatos é o principal responsável pelo
questionado desaparecimento do futebol, sobretudo nas cidades interioranas, que
num passado recente tinha um futebol local encarado como um evento familiar, como
principal assunto das rodas de bate papo e destino de milhares de famílias nos
fins de semana.
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