Flávio Azevedo
Nessa 72h de normalização do serviço, o pedido da CEDAE é que a população poupe a água. |
Uma máquina que estaria prestando
serviço para a Autopista Fluminense, concessionária que administra a BR – 101
rompeu uma adutora de 350mm que leva água bruta para a estação de tratamento da
Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE). O incidente, que aconteceu na
última quarta-feira (09/04), em horário ignorado, provocou o desabastecimento
de todo município e a consequente insatisfação dos usuários. É o que informa,
em entrevista a nossa reportagem, a chefia do núcleo local da CEDAE, que
classifica como “irresponsabilidade” da concessionária que administra a BR –
101, o fato de não ter sido comunicada do incidente para que o reparo fosse
iniciado imediatamente.
– Começamos a perceber falhas no nosso
sistema, não sabíamos o que estava acontecendo e, até descobrir o problema, já
eram 16h. Iniciamos o reparo de forma imediata, mas pela capacidade da adutora
que foi danificada, não era um serviço de fácil execução – disse o chefe da
CEDAE, Miguel Rinaldi, acrescentando que até a CEDAE ficou sem água, “porque com
o rompimento da adutora de água bruta (que leva a água para ser tratada), a
estação de tratamento ficou desabastecida”.
O supervisor de serviço da CEDAE,
Joaquim Antenor da Silva, comentou que o conserto foi concluído nessa
quinta-feira (10/09), por volta das 19h. “Estamos trabalhando firme para normalizar
o abastecimento, mas como a estação de tratamento ficou desabastecida, acreditamos
que o fornecimento esteja normalizado em 72h”, frisou Joaquim, destacando que o
fornecimento de água para lugares como Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV),
Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Clínica de Doenças Renais (hemodiálise),
não foram interrompidos.
Necessidade
de reserva
Diante do ocorrido, o chefe da CEDAE
reitera os apelos que tem feito para que as pessoas tenham boa reserva de água
em seus domicílios. Para Rinaldi, “hoje, uma reserva de 2 mil litros de água já
é insuficiente”. Ele também destaca a importância das pessoas terem cisternas para
evitar surpresa desagradáveis.
– É nesses momentos que nós percebemos
que as pessoas não têm reserva de água. Hoje, com o crescimento do município, o
cidadão não pode abrir mão dessa reserva. Outro dia chegou aqui, para a nossa análise,
o projeto de um prédio no Centro da cidade. Percebemos logo de início que não
haviam colocado cisterna no projeto. Chamamos o construtor, falamos sobre isso,
ele argumentou que “como no Centro não falta água, a cisterna era dispensável” –
revelou o supervisor, que questiona e faz um alerta: “o abastecimento do Centro
pode ser o melhor, mas diante de um incidente como esse, que deixou esse setor
da cidade desabastecido, como fica?”.
O uso de cisterna, de acordo com o
chefe da CEDAE, Miguel Rinaldi, prejudica, inclusive, o oferecimento de água através
do caminhão pipa, “porque a maior parte das casas, prédios e edifícios
comerciais da cidade não tem como armazenar a água”. De acordo com ele, em algumas
situações emergenciais, a CEDAE poderia mandar o caminhão pipa, “mas a pessoa
vai colocar a água onde, se não tem cisterna?”. Rinaldi acrescenta que a
situação é tão séria, que até prédios públicos enfrentam esse problema.
– Outro dia fomos a uma escola onde a
reclamação de falta de água era constante. Chegando lá descobrirmos que a reserva
de água da unidade, que funciona em três turnos, era uma caixa d’água de 1,5
mil litros. Ou seja, como essa escola não ficaria sem água? Estou dando esse
exemplo para mostrar que a despreocupação com reserva de água é cultural no
riobonitense, mas é um comportamento que prejudica a todos, inclusive, a própria
CEDAE – contou.
As falhas "pontuais" na prestação de
serviço da CEDAE não são ignoradas pelos representantes da empresa, “o nosso
esforço é para prestar sempre o melhor serviço”, a equipe do núcleo local da
CEDAE acredita que está conseguindo resolver vários problemas, “porque os índices
de reclamação estão caindo”, mas acrescentam que “a população precisa ajudar mudando
determinados comportamentos, e, embora timidamente, mas isso já tem acontecido”,
concluiu Miguel Rinaldi.
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