Flávio Azevedo
Vereador Flávio de Dezinho apresentando os seus requerimentos. |
Ainda sob a comoção da morte dos dois
estudantes, vítimas de um acidente com o ônibus escolar, no último dia 12 de
junho, o poder Legislativo do município de Silva Jardim, por unanimidade, aprovou
nessa segunda-feira (17/06), uma série de requerimentos feitos pelos vereadores,
Flávio Eduardo da Costa Brito, o Flávio de Dezinho (PSC) e Robson Oliveira Azeredo
(PSC). A sessão, que contou com a presença de apenas seis parlamentares, foi
presidida pela vice-presidente Zilmara Xavier (PT).
– É lamentável tudo o aconteceu, todos
nós estamos muito tristes, essa Casa não será omissa e eu tenho certeza que o
poder Executivo vai responder cada requerimento feito aqui essa noite. Sendo
assim, nós só iremos nos manifestar sobre o fato depois que for concluída a
perícia e tivermos acesso a essas informações – frisou a presidente, afirmando
ter certeza que o poder Executivo vai responder com rapidez os requerimentos
feitos pelo Legislativo.
Entre os requerimentos está o pedido
para que seja apresentado o laudo de interdição da Escola Municipal Adail Maria
Tinoco, classificado pelo vereador Flávio de Dezinho, como “caviar, porque
nunca vi, nem comi, eu só ouço falar”. Ele também pediu cópia de todas as
Carteiras de Habilitação dos motoristas de ônibus e Kombis; solicitou o
certificado do curso que fizeram de acordo com a Resolução 168, que regulamenta
o transporte escolar; requereu o laudo técnico da Secretaria de Transporte que
vistoriou todos os ônibus e carros que vieram fazer o transporte escolar; questionou
o número de Kombis que estão fazendo o transporte escolar; pediu a cópia de
pagamento do seguro para cada aluno; e solicitou a leitura do tacógrafo do
ônibus acidentado.
Já o vereador Robson Azeredo requereu
o envio de ofício ao promotor de Justiça de Infância e Adolescência de Silva
Jardim, Marcelo Arsênio, pedindo o encaminhamento da cópia do laudo das
vistorias que, anualmente, ele sempre fez nos ônibus e Kombis escolares de
Silva Jardim. O parlamentar também pediu o envio de ofício para a 120ª DP
(Silva Jardim), solicitando a cópia do inquérito policial instaurado para
apurar as causas do acidente. A cópia do laudo e informação sobre quem emitiu o
laudo que paralisou as aulas na Escola Municipal Adail Maria Tinoco, também foi
requerida pelo vereador. Ele também pediu esclarecimentos sobre o imóvel que
vai abrigar os alunos da Escola Adail enquanto a unidade estiver fechada; e solicitou
cópia de inteiro teor do processo de licitação das Kombis.
CPI
Um minuto de silêncio, em memória das vítimas do acidente, foi feito na Câmara. |
De acordo com o vereador Flávio de
Dezinho, a possibilidade de se instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
para se apurar os fatos é real, mas os edis entenderam ser melhor esperar as
documentações requeridas. “Os vereadores conversaram na manhã de hoje e vimos
que seria mais prudente esperar a entrega desses documentos. Nós iremos
averiguar e qualquer ilegalidade será alvo de uma CPI, porque nós queremos
respostas, da mesma maneira que, nas ruas, a população de Silva Jardim exige respostas
da nossa parte”, disse o parlamentar.
Em plenário, o vereador afirmou ter
recebido informações de que o veículo, ao contrário do que anunciou a
Prefeitura, estava com pendências documentais. “A informação do assessor de
imprensa da Prefeitura era que estava tudo certo, mas recebemos denúncia de que
o documento foi pago ás 10h46min do dia do acidente, que ocorreu por volta das
7h. Isso é no mínimo muito estranho!”, disparou o vereador, acrescentando que “também
é estranho uma funcionária do setor de transporte que foi exonerada à tarde,
isso foi divulgado nos telejornais, mas não se sabe como e porque, a noite ela foi
reconduzida ao cargo. Ou seja, nós também vamos requerer explicações sobre isso”,
disse o vereador.
Economia
é preservar a vida
O vereador Vivaldo Oliveira, falou da sua experiência como ex-secretário de Transportes de Silva Jardim. |
Com a experiência de ter sido
secretário municipal de Transportes, o vereador Vivaldo Magalhães de Oliveira (PT)
lembrou que durante a sua passagem a frente do setor de Transportes, ele chegou
a ser sabatinado na Câmara por conta de suspeita de superfaturamentos.
– Eu disse, à época, que serviço
prestado por empresa de fundo de quintal é uma coisa e serviço prestado por
empresas autorizadas é outra. Eu não quero dar nenhuma declaração antes de
conhecer os laudos, também não quero me desfazer dos jovens, mas o motorista
tem que passar por avaliações e ter experiência. Na contratação de serviços
dessa natureza não se economiza, porque a vida das nossas crianças vale muito mais
que qualquer quantia economizada – destacou o vereador, lembrando que o comportamento
dos alunos e a postura dos inspetores também precisa ser analisada, “porque o sinto
de segurança salva vidas”.
Faltaram a sessão, o presidente da Casa,
vereador Roni Luiz Pereira da Silva, o Roni da Farmácia (PRB), Marcilene Xavier
(PP) e Helio Alfradique da Cunha Júnior, o Júnior da Padaria (PSD). O prefeito
Anderson Alexandre (PRB) e nenhum dos representantes do seu staff compareceram
a sessão desta segunda-feira.
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