Flávio Azevedo
Dando continuidade a uma série de entrevistas com os vereadores de Rio Bonito, o “Programa Flávio Azevedo” entrevistou no último dia (15/08), o vereador Márcio da Cunha Mendonça, o Marcinho Bocão (DEM). Exercendo o seu primeiro mandato, ele respondeu uma série de perguntas relacionadas aos seus pares, as lições adquiridas durante a sua carreira política, a busca pela reeleição e temas como compra de voto e o polêmico concurso público para o Legislativo local.
– Quando nós participamos da política as promessas são muitas, por isso, o meu grande objetivo é não decepcionar as pessoas que me confiaram o voto. Eu tenho a consciência tranquila porque venho trabalhando bastante. Eu posso não ter mesma leitura dos meus pares, mas não sou analfabeto. O que vale para mim é o homem ser honesto, competente, sincero e que tenha força e garra para trabalhar – comentou o vereador, destacando que “o político é empregado do povo e como todo empregado precisa agradar o patrão, principalmente porque eu ganho bem para isso”.
O parlamentar comentou que “foi feliz ao longo do mandato” e prega união com o Executivo para não prejudicar a população, “porque muitas vezes chega à Câmara um projeto que beneficia o povo e vejo gente rejeitando por puro interesse próprio”. Vereador da base governista, algumas correntes defendem esse aspecto como determinante para os bons índices de popularidade de Marcinho, que perguntado sobre essa questão agradeceu o carinho do prefeito José Luiz Antunes (DEM), mas afirmou que “o seu compromisso é com o povo”. Ele também salientou que “as pessoas precisam ter responsabilidade com o cargo que exercem”.
– Se eu tenho espaço com o chefe do Executivo é porque eu busquei. Os demais parlamentares também poderiam ter espaço, mas não souberam conquistar. Eu visito todos os bairros, sou criticado por isso, mas se eu fui eleito para ser vereador, eu tenho que exercer a minha função, que não pode ser encarada como bico. O prefeito não protege vereador. Ele simplesmente valoriza quem tem disposição para trabalhar e isso eu tenho de sobra. Se os demais não pensam assim o problema não é meu – disparou.
Sobre compra de votos, o parlamentar classificou a questão como “uma vergonha”. Ele comentou que a cidade não precisa de pessoas que gastam R$ 400 ou R$ 500 mil com eleição, “porque quando eles chegam aqui dentro, só pensam em resgatar o que gastou na campanha”. A respeito do que espera da disputa eleitoral para os poderes, Executivo e Legislativo, Marcinho afirmou que “o mais importante é saber que nós somos adversários e não inimigos, por tanto, esse negócio de denegrir a imagem dos outros não está com nada. Eu acredito ser Matheus Neto o melhor, mas nada contra os demais candidatos e todos deveriam pensar assim”.
Compra de votos
A postura de boa parte do eleitorado, que aproveita as ilegalidades cometidas no processo político para ganhar dinheiro e não se preocupam com os resultados desse ato, também foi alvo da conversa com o vereador. Ele revelou ter conhecimento de pesquisas que o colocam na dianteira da preferência popular; disse ter conhecimento de uma suposta pressão financeira dos seus adversários sobre os seus eleitores; e ao analisar a questão deixou escapar um desabafo:
– Eu não sei se deveria me aprofundar no assunto, mas eu vou falar. Eu tento conquistar o meu eleitorado com trabalho, mas tem candidato entrando no meu bairro comprando os meus eleitores para me diminuir. Eu não aceito isso! O político deveria ganhar na moral, mas estão distribuindo quantias consideráveis. Tem gente levando R$ 3 mil. Ou seja, quem pega esse dinheiro não pode reclamar lá na frente quando faltar Saúde e outros direitos do cidadão – afirmou.
Situação interna
Questionado sobre os recentes problemas (o concurso público, por exemplo) que ocorrem dentro do grupo que lidera a Câmara, que chegou ao comando da Casa criticando os atos e postura da Mesa Diretora anterior (que tinha Fernando Soares (PMN) na presidência), o parlamentar, que fez parte da base de apoio ao presidente Marcus Botelho (PR), acredita que o colega foi mal orientado sobre a questão do concurso público.
– Os membros da Mesa Diretora, da qual eu faço parte, poderiam ter uma participação maior nesse processo, mas não soubemos de nada. Quando a vereadora Rita de Cássia (PP) entrou fundo no assunto encontrou coisas muito graves, a começar do salário que não condiz com a nossa realidade. Sei que isso terá repercussão negativa – ponderou o vereador, acrescentando que acredito nas boas intenções do presidente, que segundo ele, “foi orientado por gente mal intencionada”.
O parlamentar concluiu lamentando o fato de o presidente ter “dado ouvidos ao inimigo, o que acabou prejudicando ele e a todos nós”; afirmou esperar que a próxima Câmara de Vereadores, que será eleita no próximo dia sete de outubro, seja mais decente e que tenha mais acertos que erros; e apelou para que a população participe mais das reuniões da Casa, “para ver de perto como as coisas acontecem”.
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