Flávio Azevedo
Coisas esdrúxulas e estarrecedoras continuam acontecendo na Câmara Municipal de Vereadores de Rio Bonito. Na última quinta-feira (23/08), durante a sessão ordinária, surgiu uma discussão sobre determinada mensagem (cerca de R$ 200 mil para a Saúde) que não foi colocada na Ordem do Dia para ser votada, porque teria sumido. O vereador Márcio da Cunha Mendonça, o Marcinho Bocão (DEM), que é da base governista, pediu urgência na votação da matéria.
O presidente em exercício, o vereador Carlos André Barreto de Pina, o Maninho (PPS), embora também seja da base governista, disse não saber o paradeiro da matéria e afirmou que embora a Mensagem tivesse sido protocolada, ela não foi encontrada. O assunto foi amplamente debatido no “Programa Flávio Azevedo” (diariamente pela Rádio Sambê FM/98.7, das 11h às 13h) e continuará sendo assunto até que ela apareça. Segundo fontes, o tal desaparecimento seria retaliação a outra Mensagem (presa na Comissão de Obras) que a base governista estaria manobrando para não colocar em votação para agradar ao governo.
Trâmite
Para quem não conhece o funcionamento do Legislativo, convém destacar que enquanto a Mesa Diretora não colocar a mensagem na Ordem do Dia e os vereadores não aprovarem a incorporação dela no orçamento do município, o recurso não poderá ser utilizado. Caso exista prazo para sua utilização, o município pode ficar sem o recurso se não for votado. A possibilidade de que exista esse prazo é real, por conta do pedido de urgência para a sua aprovação, proposto pelo vereador Marcinho Bocão.
Alguns parlamentares, como o vereador Humberto Belgues (PSDB), informaram que vão lutar para que o recurso não seja perdido. Contudo, caso qualquer vereador que não faz parte da Mesa Diretora queira aprovar a mensagem (e eles já afirmaram que querem), se ela não for colocada na Ordem do Dia isso não será possível. Segundo fontes, a mensagem não sumiu, “ela foi escondida”. Entretanto, caso esse esconderijo não seja encontrado, mesmo com a boa vontade da maioria, o município pode ficar sem o recurso, porque quem manda na Casa é a Mesa Diretora, que há muito não se entende (os seus membros estão divididos).
Tristes conclusões
Diante desse cenário medonho, quem é desprovido de cinismos partidários chegam a duas tristes conclusões. Primeiro, que quando o prefeito e parte da sociedade usam o manjado jargão “DEIXA O HOMEM TRABALHAR” contra os vereadores, embora os parlamentares façam beicinho e fiquem tristinhos, não há como pensar diferente diante de uma lambança dessas. E, segundo, e mais grave, fica muito nítido que situações como essas se repetem porque o povo é mais “safado” que os desinteressados vereadores.
Essa antipática, mas verdadeira, conclusão, é constatada porque os eleitores continuam alugando o vidro do carro para colocar adesivos, locando muros para colocar placas, se trocando por tijolo, areia, cimento, cestas básicas, Carteira de Motorista, entre outras coisas.
Esclarecimento
A matéria tem o objetivo de mostrar o cenário interno do Legislativo, as desavenças entre os pares (que estão mais para ímpares) e dar publicidade aos fatos que ocorrem no ambiente que conhecemos, teoricamente, como "Casa de Lei". E por último, e não menos importante, ela tem o propósito de reafirmar a ideia que defendemos há alguns anos: “quem vota tem total responsabilidade nesse cenário pavoroso”. É bom que fique claro que a culpa que atribuímos ao povo não é o “VOTO ERRADO” (quem nunca errou?), mas o voto vendido, trocado, negociado, inclusive, com pessoas que dão evidentes demonstrações de não serem merecedoras de ocupar o cargo pleiteado.
domingo, 26 de agosto de 2012
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Comparando... a situação (alguns vereadores - a maioria) são os responsáveis pela ato, enquanto a oposição (menoria não governo) já se posicionaram a votar favorável a matéria e são impedidos!
ResponderExcluirQue coisa incrível!!!