Flávio Azevedo
Seguindo a ordem de Jesus Cristo, “ide por todo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura...”, fiéis da Igreja Católica visitaram as famílias riobonitenses, entre os dias 15 e 29 de julho. “Podemos abençoar a sua casa, a sua família...”, era a pergunta feita pelos missionários que por duas semanas andaram de casa em casa pedindo a presença de Deus nos lares espalhados por todo município. Cerca de 200 pessoas, de Rio Bonito e de outros municípios e estados, participaram do projeto que também teve o propósito de aumentar a fé e o espírito cristão dos envolvidos.
Para falar sobre o projeto, o programa “O TEMPO EM RIO BONITO” recebeu no último dia 22 de julho, o Padre Eduardo Braga, pároco da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição de Rio Bonito. Acompanhado do padre Pedro de Jesus, do Ceará, que estava em Rio Bonito para participar do projeto, o padre Eduardo apontou o fortalecimento da família como o principal propósito da missão.
– A sociedade atravessa um contexto difícil por conta do fenômeno da globalização; da secularização, que é uma vida sem Deus; culturas superficiais que vão se impondo; o crescimento do subjetivismo, onde cada um quer viver da sua maneira; a ameaça dos ídolos, que são os bens materiais; a ameaça da estrutura da família como Deus pensou e a fé ocasional. Junto disso estamos nós, que precisamos levar Cristo às pessoas, porque Ele é a única solução para tudo isso – prega o sacerdote, ressaltando que “a missão quer acordar católicos, evangélicos... Homens de boa vontade, que, às vezes, estão vivendo um cristianismo light, o que é uma praga para a vida espiritual”.
De acordo com Padre Eduardo, a destruição da família é a origem de muitos males que atingem a sociedade moderna como a corrupção, as drogas, os divórcios, esse mistério da iniquidade que cresce a cada dia, inclusive, passando pela vida de quem professa ser cristãos, mas apenas com a boca.
– É necessário ser cristão com a vida e não com o nome. Muitos professam a fé apenas com a boca e não conseguem ver mudanças na vida da família e na comunidade. Não é Rio+20 que vai dar jeito na vida do homem, porque o coração da humanidade está doente e só Deus tem o remédio para curar essa doença. Mas os cristãos insistem em ficar dentro das igrejas... Ficam com medo do mal e de sair para anunciar – alerta.
Outro ponto
A promiscuidade, a banalização do sexo e os estímulos as sensações também foram temas abordados pelo sacerdote. “Dia desse eu lia que o divórcio daqui uns dias será on-line. Li também a proposta do Rio de Janeiro de estimular a visita íntima em casas de custódia de menores, inclusive com relações homossexuais, para que os jovens tenham os seus impulsos amenizados”, lamenta o padre, destacando que “diante do massacre de pessoas que estavam num cinema e foram vítimas de um atirador, nos Estados Unidos, ninguém acha estranho... Ninguém questiona... Mas por que essa postura?”.
Ainda preocupado com os problemas que atingem as famílias, o sacerdote diz que o padre talvez seja a pessoa que mais escuta os outros e faz uma pergunta: “mas o que ouvimos? Somente relatos de famílias destruídas, jovens destruídos, crianças destruídas, o alcoolismo, a toxicodependência, a pornografia, o mau uso da internet, a terceirização da educação dos filhos, pais que levam os seus filhos para os bares, músicas sexualizantes, certas roupas que as mães permitem as crianças usarem, festas de aniversário de criança que os pais não podem entrar... Churrascos regados a orgia...”, enumera o padre, frisando que “o grande problema é as pessoas acharem isso normal”.
– Uma vez, um pai que descobriu estar o filho envolvido com as drogas me fez uma pergunta que me deixou bem pensativo: “como que a droga entra na cidade, se Rio Bonito tem entradas e saídas delimitadas?”, perguntou aquele homem. E esse é um dos nossos problemas. Se nós quiséssemos poderíamos cercar, vigiar, policiar, mas existem pessoas que facilitam a entrada do mal e não podemos estar do lado delas – destaca o padre.
Neopaganismo e homossexualismo
A religião tem sido tomada pelo “neopaganismo”, que de acordo com padre Eduardo, “é uma nova forma de viver como pagão”. Ele afirma que algumas pessoas valorizam mais as trevas do que a luz. “Gente assim acaba querendo levar a sujeira para onde está o divino, o sacro e a principal vítima disso é a família”, comenta o padre, que também abordou a questão da homossexualidade, que ele diz estar amparada no fenômeno da “Cultura Gay”.
– Nós vivemos num mundo em que os modelos são raros. A família está fragmentada e os psicólogos falam sobre a crise da figura paterna. Muitos filhos de mãe solteira, crianças que crescem sem a referência masculina, não que isso justifique, mas pode ser uma pequena brecha para confundir os adolescentes em meio a sua profusão hormonal. Existe uma propaganda gay, uma cultura gay, uma oposição gay, de um grupo que é uma minoria – assegura padre Eduardo, acrescentando que não acha ser a homossexualidade uma doença, mas um desvio. “Não é natural ou normal, mas uma disfunção, pois estamos falando de um cara que tem o corpo de homem e pensa que é mulher”.
Ainda sobre esse assunto, sempre polêmico e fonte de calorosos debates, o padre comentou a elaboração de um estatuto que prevê mudanças significativas na sociedade. “Eles querem que a Certidão de Nascimento não tenha mais “nome do pai e nome da mãe”, mas genitores; também estão querendo impedir a celebração dos “Dia dos Pais” e “Dia das Mães” nas escolas, porque seria ofensivo para quem é filho de um casal homossexual; que os banheiros não sejam caracterizados pelo gênero “Masculino ou Feminino”, porque alguém durante aquele dia pode fazer uma opção sexual adversa e querer entrar em outro banheiro; contos infantis não poderão mais ter a história de casais heterossexuais. Se falar de casal, tem que ter um homossexual; os professores terão que dizer aos alunos que se ele quiser beijar o amiguinho não tem problema... Coisas absurdas que querem nos empurrar goela abaixo”, dispara o padre.
Apesar de discordar da prática homossexual, o padre afirma que a igreja está aberta ao homossexual, “porque a pessoa sempre será chamada a santidade”. Ele também condena a violência que atinge os homossexuais e coloca que “precisamos respeitá-los, amá-los, mas queremos também ser respeitados. Que eles vivam da maneira deles, com as estruturas deles, mas não impondo essa estrutura a nós, porque muitos adolescentes estão confusos e sem saber como proceder”, conclui.
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