sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Legislativo de Rio Bonito volta do recesso debatendo a Saúde e situação do Hospital Darcy Vargas

Flávio Azevedo

Vereadores ausentes, sob o argumento de estarem buscando a reeleição; a convocação da secretária municipal de Saúde e do presidente do Conselho Municipal de Saúde, Maria Juraci Dutra e Djalma de Paula, respectivamente, para prestar esclarecimentos sobre as condições financeiras do Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV); e habituais desentendimentos, marcaram a primeira reunião ordinária dos parlamentares riobonitenses nessa quinta-feira (02/08). Os ausentes foram os vereadores Humberto Belgues (PSDB), Carlos Cordeiro Neto, o Caneco (PR), Abner Alvernaz Júnior, o Neném (PTN) e Marcus Botelho (PR).

Visivelmente incomodados com o não comparecimento da secretária ao convite e a convocação no último mês, o presidente em exercício, vereador Carlos André Barreto de Pina, o Maninho (PPS), determinou, a contra gosto dos pares, que a secretária deverá comparecer a Câmara no próximo dia 30/08. A decisão foi questionada pelos vereadores Rita de Cássia (PP) e Fernando Soares (PMN), sob argumento de que as eleições para escolher a nova diretoria do HRDV serão realizadas no dia 19 de agosto. Maninho, porém, se manteve irredutível. Ouve um princípio de bate-boca, que logo foi diminuído.

Sobre o concurso público da Casa, anulado em 19 de junho, nenhum parlamentar teceu qualquer comentário. Para justificar a presença do presidente da Casa, o vice-presidente, em tom de gracejo, disse que “o presidente justificou a sua ausência alegando que naquele momento estava em Niterói sendo atendido por um psicólogo”. A afirmativa arrancou risos dos pares. Se os vereadores eram poucos, a sessão também foi marcada pela ausência da população.

Darcy Vargas em pauta

Depois de uma entrevista concedida ao jornal “O TEMPO”, onde a diretoria do HRDV culpa a Prefeitura Municipal pelos problemas da entidade e até pela doença do presidente do hospital, na Assembleia Geral Extraordinária realizada no último dia 1º de agosto, o próprio presidente se encarregou de desfazer as críticas ao dar outro parecer sobre a situação do HRDV. Sob o argumento de que não permitiria transformar a assembleia num palanque eleitoral, o presidente licenciado, Luis Gustavo Martins iniciou a sua fala fazendo um alerta.
– Quem veio achando que ouviria disse me disse, acusações, agressões... Lamento informar que perdeu tempo. Nós resolvemos renunciar por vontade própria. Essa assembleia foi convocada para decidir a antecipação das eleições e o regulamento para que elas ocorram como define o estatuto – afirmou Gustavo.

Na oportunidade, o vereador Carlos Cordeiro Neto, o Caneco pediu a palavra, perguntou como estava a situação financeira do HRDV, mas o presidente licenciado manteve a postura.
– Estou licenciado desde o último dia 25 de maio, mas sei que o hospital não deve impostos, eles estão parcelados; os pagamentos feitos pelo Serviço Único de Saúde (SUS), através da Secretaria de Saúde, estão em dia; os funcionários receberam os seus salários no último dia 30; as dívidas com fornecedores são normais; a farmácia está plenamente abastecida, o hospital tem R$ 450 mil em caixa e as atividades estão transcorrendo dentro da sua normalidade – garantiu.

Ainda segundo o presidente licenciado, o único problema do hospital é a defasagem do salário do médico do serviço de emergência que tem causado a falta desses profissionais no setor. “Essa questão esperamos solucionar em breve, porque já está em fase de finalização o novo Plano Operativo Anual (POA) do HRDV, a proposta feita pelo município está praticamente aceita e faltam poucos detalhes para que ele seja assinado”, comentou Gustavo, reiterando que “as pessoas que acompanham as assembléias do hospital sabe que sempre foi uma vontade nossa deixar o atendimento emergencial e migrar para o atendimento hospitalar”.

Surpresa

Os parlamentares se manifestaram surpresos com o desfecho da assembleia. Para a vereadora Rita de Cássia, a diretoria do HRDV não quis alarmar as pessoas. Já o vereador Fernando Soares comentou que com os esclarecimentos feitos pelo presidente licenciado, a convocação da secretária de Saúde tornou-se desnecessária. “Alguma providência devemos tomar por ela não ter comparecido, mas depois do que ouvimos na assembleia, a vinda dela aqui é desnecessária”, analisou.

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