Flávio Azevedo - Reflexões
Eu quero aproveitar o alcance do Facebook para parabenizar os policiais civis Carlos Daniel Ferreira Dias (Delegacia de Combate aos crimes contra a Saúde Pública); Carlos Renato Rodrigues Tenório e Wagner de Souza Neves (Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas); e o policial militar reformado José Faustino Silva, que foram presos na Favela da Rocinha fazendo a segurança do traficante Nem, capturado no último dia 10/11.
Com esses homens, os policiais militares do Batalhão de Choque encontraram R$ 121 mil, €$155 mil, em espécie, além de jóias. Esses policiais presos seguiam a função de proteger o cidadão e mostram que são pessoas livres de qualquer preconceito, porque estavam na favela, dando segurança a um dos seus mais ilustres cidadãos, o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem.
As minhas congratulações também, aos dois advogados e ao suposto cônsul honorário do Congo (não era cônsul nada, eram apenas fanfarrões), que deram uma carteirada nos PMs com as suas imunidades diplomáticas, na verdade, com o único objetivo de tentar tirar o cliente (Nem) do país. Mas nesse dia não valia arrego! O negócio era à vera!
O traficante estava escondido no porta-malas do carro desses personagens. Nem levava consigo uma bolsa com €$ 50 mil, em espécie, uma grana provida dos drogados Brasil afora, a quem nós agradecemos o benefício de custear o tráfico e tudo que tem por trás dessa organização que é mundial e globalizada!
Aliás, eu estou curioso para saber o que tanto os bandidos queriam fazer na 15ª DP (Gávea). Através do noticiário, nós descobrimos dois policiais civis de Maricá queriam levar o traficante para a referida delegacia (15ª), e não à Superintendência da Polícia Federal, na Praça Mauá.
Tem carne embaixo desse angu!
Policiais do bem
O tenente Disraeli Gomes (E), de 32 anos, está há dez na Polícia Militar. Na quarta à noite, ele comandava a operação de cerco à Rocinha. Ao reconhecerem nele a mesma farda usada, no passado, por dois ex-PMs presos horas antes daquele dia escoltando bandidos na Gávea, três pessoas num Corolla arriscaram a sorte. “Temos ali no porta-malas R$ 1 milhão, mas é dinheiro de evasão de divisas. Podemos conversar”, disse um dos suspeitos, tentando persuadir o tenente a não abrir o compartimento onde o traficante Nem se mexia.
Disraeli ganha R$ 3,5 mil líquidos por mês e não vive num mar de rosas. Na mesma equipe, havia outros policiais em situação financeira ainda menos favorável. O cabo André Souza, de 39 anos, está há nove anos na corporação. Recebe R$ 1,7 mil líquidos, tem um filho de 15 anos que estuda em escola pública, não tem carro nem casa própria. “Vamos para a Polícia Federal”, disse Disraeli, que estava com a equipe na Rua Marquês de São Vicente, na Gávea. Os policiais não abriram o porta-malas porque o motorista se dizia cônsul.
A esses senhores o nosso respeito. Eles nos motivam a ter esperança. Por conta de pessoas dessa natureza é que eu continuo acreditando que a luz que vejo no fim do túnel não é um trem que se aproxima a toda velocidade!
A banda podre
Até ser preso no final da tarde de quarta-feira escoltando traficantes da Rocinha, o policial civil Carlos Daniel Ferreira Dias, lotado desde agosto na Delegacia de Repressão a Crimes contra a Saúde Pública, era uma referência na polícia em assuntos ligados à investigações da quadrilha de Nem. Em 2006, quando era inspetor da 15ª DP (Gávea) — ele ficou cinco anos na distrital —, Daniel foi responsável por dezenas de investigações que resultaram em mandados de prisão de traficantes da Rocinha. Ninguém imaginava, no entanto, que ele também estava na folha de pagamento do bandido.
Em um inquérito instaurado pela 15ª DP, em janeiro de 2006, e que tramita na 33ª Vara Criminal, o inspetor Daniel é responsável pelo relatório de investigação que resultou em mandados de prisão para bandidos da quadrilha. No documento, Nem é citado como chefe do tráfico da favela, ao lado de João Rafael da Silva, o Joca, que está preso. Além deles, são citados ainda vários seguranças dos pontos de venda de drogas. Ainda há menções a seguranças, gerentes e abastecedores da Rocinha.
"O primeiro contato, em geral, é estabelecido com o traficante Antônio Lopes, o qual tem a função de receber visitantes (traficantes) de outras comunidades, determinar diretamente aos seus subordinados que realize estes ou aqueles atos direcionados a atividade de tráfico de entorpecentes", diz Daniel, em seu relatório sobre a Rocinha.
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