Flávio Azevedo - Reflexões
Não temos notícias de que os bandidos da favela da Rocinha tenham trocado os fuzis por uma colher de pedreiro, por uma carteira escolar, por uma bandeja de doces ou isopor de picolé e/ou refrigerante, para vender na praia...
Muito se diz que esses senhores estão migrando para o interior do estado. Sinceramente, eu já fui mais adepto dessa teoria. Depois, porém, que prenderam na Praça Cruzeiro, oito pessoas que aterrorizavam o pedaço, mas descobri que todos eram nascidos e criados no bairro, eu desisti de defender essa ideia.
Outro exemplo: há alguns meses prenderam um sujeito depois dele ter assaltado uma pessoa que acabava de sair do banco (saidinha de banco). Ele se identificou como morador de Parada de Luca, mas quando a polícia levantou a fixa do malandro, tratava-se de um ladrão de galinhas de Silva Jardim.
Percebo três coisas. Primeiro: os vagabundos não estão migrando com a força que nós imaginamos para a nossa cidade. Segundo: em nossa cidade, o volume de vagabundos “domésticos” é muito maior do que nós imaginamos. Terceiro: o nosso bairrismo, e, às vezes, cinismo, não nos deixa enxergar que um vizinho, um conhecido e até um parente, integra a vagabundagem e o submundo que nos assombra!
Retornando a Favela da Rocinha, vale destacar que o morro foi ocupado pela polícia. Entretanto, caso o governo do estado e a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, não ocupem a localidade também com Saúde, Cultura, Transporte, Lazer, Esporte, Emprego, Educação e, sobretudo, dignidade, de nada vai adiantar esse show de pirotecnia que estamos vendo através da grande mídia.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
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