Flávio Azevedo
Por volta das 14h desse sábado (10/02), em nota, o Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV) comunicou através da sua página no Facebook, que “faleceu, hoje, no hospital, um paciente com suspeita de Febre Amarela”. A nota acrescenta que o caso já foi encaminhado à Secretaria Estadual de Saúde, que irá investigar se realmente essa foi a causa da morte do paciente.
A nota não identifica o paciente, não informa o bairro onde morava e não diz se ele esteve em áreas de risco recentemente, mas uma fonte revela que a pessoa morava em Parque Andréa, 2º Distrito de Rio Bonito. Há algumas semanas, no aplicativo WhatsApp, foi amplamente compartilhada a informação de que um macaco foi encontrado morto na Região de Catimbau, interior de Rio Bonito, possivelmente vitimado pela febre amarela (SIC). Apesar disso, a Prefeitura de Rio Bonito não fez nenhum comunicado oficial, mesmo que fosse para desmentir o ocorrido e aproveitar o fato para conscientizar o riobonitense sobre a vacinação no município.
Cabe destacar que é dispensável o desespero. Nesse momento, qualquer tipo de correria é desnecessária. Em 2017, quando a Febre Amarela vitimou pessoas em Casimiro de Abreu, a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Bonito promoveu uma ampla campanha de vacinação, segundo informações da própria Secretaria, com mais 10 mil vacinados. Portanto, principalmente quem está imunizado deve ficar tranquilo.
A nota do HRDV ainda informa que o hospital não tem vacina contra Febre Amarela, nem é sua atribuição vacinar as pessoas.
– As aplicações (de vacina) devem ser feitas na rede pública de saúde do município, no Ambulatório Loyola, Ambulatório de Boa Esperança e nas unidades de Estratégia Saúde da Família do Parque Andrea, Boa Esperança, Nova Cidade, Boqueirão, Rio do Ouro, Mata, Catimbau, Rio Seco, Sambê, Jacuba, Bela Vista, Serra, Basílio, Praça Cruzeiro e BNH – encerra a nota.
NOTA DA REDAÇÃO: da nossa parte, finalmente é possível fazer um elogio a diretoria do HRDV, por trazer a público um assunto que comumente tenta-se deixar sob o tapete da conivência picareta. Eu sei do que eu estou falando! Sou técnico de Enfermagem, trabalhei alguns anos, inclusive, no HRDV, e vi em algumas oportunidades as notificações, por exemplo, de dengue; não serem bem feitas, para que o município não entrasse na classificação de surto.
Quando as autoridades mascaram essas informações, a desculpa é de que “não se pode alarmar a população, porque nesses momentos as pessoas agem feito manada”, como aconteceu recentemente em São Paulo. Todavia, o que a antropologia crítica classifica como “efeito manada”, postura de gente impaciente e ansiosa, só acontece por desinformação, falta de acolhimento em momentos de crise e tensão; e deficiência educacional.
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