Flávio Azevedo
O argentino Jorge Mario Bergoglio é o novo Papa. |
O novo papa, o
cardeal Jorge Mario Bergoglio, escolhido nessa quarta-feira (13/03), já me
impressionou pelo nome que adotou: “FRANCISCO”. Não porque esse é o nome do meu
pai, mas por ser um nome que significa “simplicidade”, “atenção aos menos
favorecidos” e “aversão ao luxo e a suntuosidade” (perfil que precisa ser observado e praticado por todas as religiões da atualidade). Classificado como um soldado
“jesuíta”, Bergoglio é seguidor dos valores defendidos por S. Francisco de
Assis, com quem nasce boa parte do pensamento franciscano.
Em todos os sites e
notícias que falam sobre o novo Papa, os textos que o apresentam são como
música para os meus ouvidos. Ele é classificado como um homem silencioso e que deverá
conduzir a estrutura Católica com mãos de ferro e preocupação social. Um
sacerdote altamente
intelectualizado, austero, dedicado aos pobres e inflexível nas questões
dogmáticas... Que bom! Alguém que não segue a liquefação e volatilidade da modernidade.
Na Argentina, sua terra
natal, ele seguidas vezes atacou a classe política a quem acusou de não
combater a pobreza, mas sim, usar os pobres para se perpetuarem no poder (o
manjado hábito de trocar projeto político por projeto de poder), o que
demonstra a sua firmeza e ausência de medo disso ou daquilo.
Conhecido por sua
simplicidade, Bergoglio vivia sozinho, em um apartamento, no segundo andar do
edifício da Cúria, ao lado da Catedral de Buenos Aires. Em 2004, após a
tragédia da boate Cromagnon (um desastre semelhante ao que ocorreu em Santa
Maria/RS), ele percorreu os hospitais da cidade para ajudar e confortar as
famílias das vítimas. Pouco amigo de aparições na imprensa, o novo Papa sempre
preferiu manter-se no anonimato, costuma usar transporte público e foi um dos
poucos cardeais que, quando chegou a Roma (para o conclave), não usou veículos
oficiais.
Diante da impactante
renúncia de Bento XVI e da festiva e inesperada escolha de um Papa
latino-americano como seu sucessor, a grande mídia se perde apresentando
curiosidades desnecessárias sobre o novo Papa. Curiosamente, ainda não vi nenhuma
reportagem que com profundidade aborde os desafios do Papa Francisco I. Um
texto que fale sobre a recuperação e conservação da igreja, sobretudo naquilo
que Bergoglio se notabilizou: a proximidade com os pobres, a promoção das
causas sociais e, logicamente, no debate de temas provocados pela modernidade.
Uma análise rápida do
contexto histórico mundial e a escolha de um Papa latino-americano, região do
mundo onde o catolicismo ainda é forte, mostram que a Igreja Católica quer
começar uma nova fase. Que não se perca de vista, porém, o grande objetivo de
toda e qualquer igreja: DEUS. Sendo assim, eu termino esse texto com uma
reflexão do Padre Fábio de Mello, que penso ser um desafio para os fieis de toda
e qualquer denominação que, às vezes, sem perceber “divinizam” as autoridades
eclesiásticas e as colocam acima da verdadeira divindade (Pai, Filho e Espírito
Santo).
Disse Fábio de Mello:
“Eu não estou na igreja por causa do
papa. Eu não estou na igreja por causa dos cardeais. Eu não estou na igreja por
causa dos padres. Eu estou na igreja por causa de Jesus Cristo! E se houver
alguma falha da parte de qualquer um daqueles, isso não será o suficiente para
eu desanimar em minha fé”.
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