quinta-feira, 14 de março de 2013

15 de março – Dia da Escola


Flávio Azevedo

Uma cena rara de se ver nas escolas da atualidade, mas que precisa ser preconizada para a socialização das crianças.
A escola, depois da família, é o primeiro grupo social a que pertencemos. E grupos sociais são importantes para que aprendamos a interagir com pessoas, a conhecer novos comportamentos e a respeitar uns aos outros. Além do mais, a escola é fonte de conhecimento e educação, tanto formal quanto informal, é um espaço onde o aluno é o protagonista e aprende a desenvolver suas atividades, além de ser um laboratório de inclusão social, promovendo no jovem o sentido de importância da comunidade.

Durante todo o nosso crescimento, precisamos de um referencial e essa é uma das principais funções da escola. Cada fase do aluno, novas necessidades e capacidades devem ser exploradas e para isso, a escola deve dispor de uma gama de profissionais como orientadores educacionais, professores e psicólogos.

Infelizmente, a educação no Brasil ainda não está satisfatória, apesar de índices cada vez mais positivos. Há um aumento da taxa de alfabetização, aumento do número de alunos que completam o nível superior, novas escolas de ensino fundamental foram construídas e há uma queda no índice de evasão escolar.

A definição acima e os conceitos defendidos até aqui são de Juscelino Tanaka, que escreveu esses conceitos num link da Universidade Veiga de Almeida (UVA) ao abordar o “Dia da Escola”. Entretanto, vale à pena se debruçar sobre esse assunto com mais atenção e pensamento crítico. Vale, inclusive, apontando uma realidade triste, desagradável, mas pouco comentada: “a transferência das responsabilidades da família para a escola”.

O caso é grave, merece profunda reflexão, mas as autoridades, enfeitiçadas pelo voto, preferem não ver ou apontar essa deformidade social. Diante desse cenário, vale destacar a tese do sociólogo Émile Durkheim, para quem existem dois tipos de socialização ou Educação: a primária, que acontece na família; e a secundária, que ocorre nos demais núcleos sociais que o indivíduo estará inserido (vizinhança, escola, trabalho etc.). Para Durkheim, “a socialização primária é a base da socialização secundária, logo, o sujeito que não for bem socializado no setor primário (em casa) terá dificuldades para se socializar nos núcleos secundários”.

Em entrevista a este jornalista, o professor Carlos Alberto Machado, o professor Betinho, diretor da Faculdade Cenecista de Rio Bonito (Facerb) e do Colégio Monsenhor Antonio de Souza Gens, afirmou que na atualidade as crianças chegam a escola sem conhecer o significado de palavras como “por favor”, “com licença”, “me desculpa”, “muito obrigado”, entre outras que obrigatoriamente deveriam fazer parte da socialização de qualquer ser humano.

O resultado disso nós já conhecemos! Escolas sobrecarregadas com a tarefa de Educar, ensinar e socializar. A professora precisa parar as tarefas educacionais para socializar o aluno, ensinando boas maneiras, o respeito ao semelhante, a importância de compartilhar, noções que ele deveria ter trazido de casa. Contudo, as famílias estão transferindo essa responsabilidade, que é delas, para a escola. Isso é sério! 

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