Por Flávio Azevedo
Ainda está bem vivo na minha memória o meu primeiro contato com a escola. Hoje, 29 anos depois, permaneço estudando e pretendo continuar. Mas, antes de falar sobre o tema, quero convidar o amigo leitor para um passeio pela minha infância e adolescência. Aprendi a ler em 1981, com a minha prima Adriana Fogaça. Depois dela foram muitos educadores. Em 1982 – já sabendo ler e escrever – fui matriculado na então Escola Estaual Barão do Rio Branco. Lá estudei, no primário, com as professoras Nazaré Lima, Ana Rosa e Virgínia Tavares, 1ª, 2ª e 3ª serie, respectivamente.
De 1985 a 1990, estudei no Colégio Rio Bonito (CRB), onde comecei na 4ª série, com a professora Maria Aparecida Pintas. No CRB, tive aulas de Nelinho (Matemática), Rita de Cássia (Português), Maria Nazareth Pintas (História e Geografia), Sueli de Paula (Educação Artística), José Artur Kleinsorgen e Genivan Gouvêa (Educação Física), Eunice Badr (Educação Moral e Cívica), Solano (OSPB), Naílo (Desenho), Bebeto (Física e Química), entre outros. Não posso esquecer de seu Enildo, o inspetor de alunos.
Já no Centro Educacional de Ensino Navega Creton, hoje, Colégio Muncipal Dr. Astério Alves de Mendonça (qual a razão para a troca do nome), onde cheguei em 1991, a disciplina era por conta do saudoso professor Wagner Navega. Ali, ainda convivi com Izaqueu José Vieira (Matemática), Otávio (Português), Ricardo Cardoso (Geografia), Lodebar (Literatura) e Aloísio Borges (Química). A partir de 1992 ingressei no Curso Técnico de Enfermagem. Coordenado por Rosália Machado, o curso contava, no seu quadro de educadores, com as irmãs Ângela e Verônica Chehab, os professores-enfermeiros Tereza Cristina Abrahão, Rogério Moura, Marta Novo, e outros.
Eu não poderia deixar de falar de outras especializações: o primeiro foi o tradicional curso de datilografia com o professor Alessandro Souza, no extinto CCAA. Depois, eletricista residencial, no extinto Senac Rio Bonito (hoje a 3ª Companhia de Polícia Militar de Rio Bonito), com o professor Francisco Calil. Teve até curso de inglês, com a professora Carla Miranda.
Foram professores e professoras de todos os tipos. Alguns bem simpáticos e outros nem tanto! Entretanto, todos eles colaboraram para minha formação. Mas, ao longo dessa minha trajetória eu percebi que todos os educadores têm o mesmo sofrimento: vários direitos negados, salários defasados, a necessidade de ter vários empregos para poder viver com um mínimo de conforto, centro de pesquisas sofríveis e o mais frustrante: DESVALORIZAÇÃO.
O que me deixou intrigado é que não é apenas o Estado ou proprietários de escolas, colégios e universidades, que desvalorizam os profissionais. Mas, por incrível que pareça... Colaboram para isso os alunos, que chegam à escola mimados e infantilizados pela televisão e, sobretudo os pais, que estão fugindo da responsabilidade de educar.
Isso gera uma preocupação, porque de acordo com o sociólogo Émile Durkheim existem dois tipos de socialização ou educação: a primária, que acontece na família e a secundária, que ocorre nos demais núcleos sociais que o indivíduo estará inserido – vizinhança, escola, trabalho etc. O sociólogo chegou a uma conclusão importante: “a socialização primária é a base da socialização secundária, logo, o sujeito que não tiver aprendido bons valores na socialização primária, não será bem socializado nos núcleos secundários”.
Destroçadas pelo abandono e o descaso do Estado, que só pensa em arrecadar, as famílias, em sua esmagadora maioria, estão delegando a socialização primária dos seus filhos. É, por isso, que quando olhamos ao nosso redor percebemos a inversão dos valores, onde a vida e a morte são coisas banais. Onde crianças saem de casa sem hora para voltar, e muitas vezes não voltam, pois morreram despedaçadas e embriagadas enquanto dirigiam em alta velocidade. Crianças que agridem o semelhante e argumentam: “pensei que era uma prostituta ou um mendigo”, como se esses dois atores sociais não fossem gente. Menores que a cada dia presenciam a corrupção sorver dos cofres públicos, o dinheiro que deveria custear a sua formação.
PARA NOSSA SORTE ELES – OS PROFESSORES – AINDA ESTÃO AÍ. Nas escolas, colégios e universidades dos grandes centros, e também no interior do Brasil. Existem casos de professores que caminham quilômetros para alfabetizar alguns alunos... Em muitas ocasiões, exercendo o papel de mãe, pai, irmão, amigo, psicólogo, médico, cabeleireiro, padre, pastor etc.
POR ISSO PROFESSOR... OBRIGADO POR SUA EXISTÊNCIA! Obrigado por ter abraçado a função de educador! Inclusive, eu discordo do sujeito que definiu o dia 15 de outubro como Dia do Mestre. Pois como acontece com o Dia das Mães e dos Pais, todos os dias é Dia do Professor. Talvez seja por isso, que já há algum tempo, tem sobrado para esse profissional, mais uma responsabilidade: a socialização primária do indivíduo, que é obrigação dos pais.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
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Puxa Flávio eu sou do Rio,Tb trabalhei no Navegações esses profs.Meu nome e Walther e sou de História.Doce e bela lembrança. VLW
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