Flávio Azevedo
Continua foragido da Justiça, junto com outros acusados de fraudar o processo de emissão de Carteiras Nacional de Habilitação, o chefe do Detran de Rio Bonito, Francisco Furtado Pinheiro (foto), que escapou da Operação Contramão II, deflagrada na última sexta-feira (21/10), quando cerca de 400 agentes da Corregedoria do Detran, da Polícia Civil e do Ministério Público (MP) estadual cumpriram pelo menos 30 dos 42 mandados de prisão temporária contra integrantes da quadrilha.
Na operação foram apreendidos R$ 145 mil em dinheiro. A maior parte, cerca de R$ 120 mil, foi encontrada em Niterói, na casa do chefe do Detran de Rio Bonito. Durante os dois anos de atuação, o bando ajudou cerca de 7 mil pessoas a obter permissão para dirigir. Em alguns casos, até moldes de silicone com as digitais dos candidatos foram usadas para driblar a fiscalização biométrica. As fraudes renderiam até R$ 10 milhões por ano aos falsários.
Entre os integrantes da quadrilha estão 13 funcionários do Detran-RJ, uma policial militar, donos de 21 auto-escolas, despachantes, examinadores e ‘zangões’ (espécie de despachantes informais). Onze acusados de envolvimento com a máfia, entre eles Francisco Furtado, conseguiram escapar da ação e estão foragidos.
A operação foi realizada em 11 municípios. Na capital, a ação se estendeu a 27 bairros. Os acusados vão responder pelos crimes de formação de quadrilha (até três anos de prisão); falsificação de documento público (até seis anos); falsidade ideológica (cinco anos); corrupção passiva (12); emissão de dados falsos em sistemas de informação (até 12 anos); e corrupção ativa (12 anos).
A polícia e o Detran, agora, vão atrás dos motoristas que utilizaram o esquema do bando. Eles terão as habilitações cassadas e responderão criminalmente por falsidade ideológica e corrupção ativa. Estima-se que 7,2 mil motoristas receberam suas carteiras de habilitação dessa forma e estejam nas ruas, pondo em risco a vida de pedestres e de quem dirige.
sábado, 22 de outubro de 2011
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