sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mais uma reflexão sobre blitz, motos e trabalhadores irregulares

Flávio Azevedo

Sinceramente... Moto não é bicicleta! Moto não é brinquedo. Moto não é presente de aniversário para aquela menina – ou menino – que completou 15 anos. Estamos falando de adolescentes e jovens filhos de pais permissivos e irresponsáveis. Gente que não saber dizer “NÃO!”. Eles estimulam o consumismo, a amostração e o se achar melhor que os outros.

Outro dia eu assisti uma reportagem no Globo Rural, falando sobre uma cidade em Goiás, onde as pessoas trocaram a montaria (cavalos e carroças) por motos. As autoridades estavam preocupadas porque ninguém tinha documentação, principalmente a carteira. Aliás, vários motociclistas não sabiam ler, mas usavam o veículo para percorrer distâncias que antes eram vencidas através da cavalgadura.

Em Rio Bonito, as bicicletas foram substituídas por motocicletas. O discurso da praticidade das motos – eu concordo que ela é muito mais veloz que a bicicleta – é interessante, mas até muito pouco tempo as grandes distâncias eram vencidas pela boa e velha bicicleta.

Entretanto, insisto na tese – alguns acham uma opinião antipática – de que em Rio Bonito, ter moto é símbolo de “STATUS”. O garoto que tem moto, certamente terá mais chance com as gatinhas. A menina que tem moto é invejada e admirada pelas colegas. Na verdade, virou modinha ter moto, andar de maneira irresponsável e usar o escapamento aberto para produzir um som extremamente desagradável.

Vale também ressaltar, que a desculpa do trabalhador poder andar de forma irregular por ser trabalhador, também é usada em outros casos de infração a lei. Outro dia a polícia prendeu três rapazes do bairro Flor dos Cambucás (Rato Molhado). Na delegacia, um deles me disse: "não bota a minha foto no jornal não moço, eu sou trabalhador!".

Apurei a história e descobri que ele realmente era trabalhador, mas tinha uma vida dupla. De dia ele era servente de pedreiro, mas a noite estava a serviço do tráfico. Eu pergunto: a polícia deveria aliviar esse cidadão, pelo fato dele ser trabalhador?

Também conheço alguns políticos que são famosos pela sua desonestidade, mas nos seus negócios particulares são trabalhadores e bons profissionais. Eu pergunto: a Justiça deveria ser complacente com esse político, pelo simples fato dele ser um profissional correto nos seus negócios particulares?

Não vale pensar nisso?

Um comentário:

  1. Quem dá motos ou permite que menores de 18 anos ou maiores sem habilitação conduzam esses veículos,deveriam ser idiciados como crimonosos.Colocam em risco, diariamente as suas vidas e a dos seus semelhantes.

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