quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Debate político sem treta e arranca rabo frustra o eleitor

Tenham uma certeza! Os políticos brasileiros em sua maioria esmagadora ainda não assimilaram o efeito das redes sociais na sociedade, inclusive, na Política, sobretudo nas campanhas eleitorais (qualquer uma delas)! Em São Paulo, o candidato a prefeito, Pablo Marçal; domina esse ambiente (internet e redes sociais). Marçal é profissional nisso e domina como poucos a arte de se comunicar. A verdade é que a classe política em sua esmagadora maioria está presa nos anos 90 (discurso e maneiras de fazer campanha).

Outro ponto: a sociedade e os profissionais de Comunicação parecem não ter compreendido que debate não é e nunca foi propositivo. Em qualquer tempo ou segmento, debate, discussão, discordâncias, se chega à mídia, viram entretenimento. Aliás, em qualquer debate o que engaja são as tretas e não as propostas. Não é efeito da modernidade e tecnologia, porque não existia internet também era assim. Sou do tempo que rede social era o papo de botequim, a conversa na praça, na fila do banco etc. Naquele tempo a preferência também era pelas tretas. Debate sem arranca rabo não atrai e boa parte dos eleitores quer ver mesmo intriga, mexerico, maledicência, alcovitice e coisas do gênero. Propostas para que?

É claro que ninguém está preparado para essa conversa que aponta para questões estruturais da sociedade e logicamente se espraia pela Política, pela Comunicação, orienta as campanhas eleitorais e também as estratégias. Um exemplo aqui em Rio Bonito. A 35ª Subseção da OAB está promovendo debates com candidatos a prefeito. São transmitidos pelo canal no YouTube da Subseção. Na segunda-feira (19/08) eram esperados os candidatos a Prefeitura de Tanguá. Não apareceram. Na sexta-feira (23) são aguardados os candidatos a prefeito de Silva Jardim.

Na quarta-feira (21) era o dia dos candidatos de Rio Bonito. Compareceram Vinícius do Diplomata, Peixe e Solange Almeida. Marcos Abrahão e Uitinho Delaroli não foram. Adivinha qual foi a queixa geral entre aqueles que acompanharam o debate? “Que foi muito tranquilo, sem arranca-rabo e tretas”. A verdade é que um grande percentual só acompanhou pelo espetáculo dantesco que poderia acontecer. A ausência de confusão e a postura republicana dos candidatos frustrou muita gente.

Parágrafos acima eu escrevi que “boa parte dos políticos segue presa aos anos 90”. Mas não é são somente os políticos. Quando eu vejo a sociedade ignorando a ausência de propostas e sentindo falta de arranca rabo num debate, eu sou forçado a entender que a sociedade, no tocante a política, também está presa no passado. Tem mais. A cobertura das eleições Brasil a fora me mostra uma imprensa também aprisionada nos anos 90 e firme no propósito de uniformizar coisas e pessoas a sua visão de mundo.

Um dia teremos o entendimento que campanha eleitoral é uma coisa, governo é outra e administração pública é outra. Não sei o tempo que a sociedade vai levar para alcançar essa maturidade e entendimento. Certamente será um processo lento e demorado. Até lá seguiremos vendo mais empenho em oferecer e consumir tretas que gente interessada por propostas. Vamos em frente! #flavioazevedo

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