domingo, 9 de janeiro de 2022

Serra do Sambê – Um paraíso escondido em Rio Bonito

A cachoeira da "Trilha do Sabonete" é uma das atrações do percurso que corta a localidade de Braçanã. 

A cidade de Rio Bonito possui uma área de 463,32 km² e pertence a Região Metropolitana, especificamente na Microrregião de Macacu-Caceribu, que também inclui o município de Cachoeiras de Macacu. Não possui praias, mas em compensação está dentro de belíssima área verde com cachoeiras e quedas que chamam atenção do visitante. Tudo isso dá a Rio Bonito um aspecto interiorano que tem atraído muitos visitantes. Entre os atrativos naturais destaque para cordilheira de montanhas que formam a Serra do Sambê, que compreende um conjunto de cumes, picos e mirantes, com dezenas de trilhas cortadas por cachoeiras e a conhecida rampa de Voo Livre, distante 4,5 km do Centro da cidade e numa altimetria de 630 metros acima do nível do mar.

Em outubro, Rio Bonito passou a figurar no Circuito Brasileiro de Trilhas, iniciativa da Prefeitura através das secretarias municipais de Turismo, Meio Ambiente e Esporte e Lazer. O objetivo é implantar sinalização turística que oriente o visitante. A Serra do Sambê tem inúmeras nascentes, característica que a tornaram o centro de treinamento de corredores de montanha famosos como Gleiciomar Pereira dos Santos, Drica Rosa, Flaviano Marins; e tantos outros. As suas principais trilhas ligam as localidades Braçanã, Cachoeira dos Bagres, Serra do Sambê, Bela Vista e Lavras; onde um percurso de longo curso está sendo criado pelo Rio Bonito Convention & Visitors Bureau (RBC&VB), a associação turística do município.
Paraísos escondidos entre as trilhas da cordilheira de montanhas da Serra do Sambê.
Em todas essas localidades inseridas na Cordilheira de Montanhas da Serra do Sambê o visitante pode se deliciar com cachoeiras e quedas de águas límpidas, destaque para o Salto D’Água de Braçanã, o Poço das Andorinhas, em Lavras; e as cachoeiras do Sítio Encantos da Serra. A vegetação predominante é a Mata Atlântica, com trechos de árvores frutíferas das propriedades rurais que também são cortadas pelas trilhas. Aves, insetos e animais silvestres podem ser vistos em qualquer trajeto escolhido.

A Serra do Sambê faz parte da área de preservação do município. Destaque para o Parque da Caixa D’água, área de 32 mil m², distante 5 min, caminhando, do Centro do município. Outro destaque é a rampa de Voo Livre, distante 4,5 km do Centro, atualmente o principal ponto de visitação por ser também um dos principais mirantes de Rio Bonito. Do alto dos seus 630 metros é possível ver toda Região, boa parte da Região dos Lagos, as serras de Nova Friburgo e a Serra do Mar.
– A iniciativa privada e o poder público precisam valorizar mais as belezas naturais do município. A pandemia, se podemos falar que teve algo de bom, fez com que o próprio riobonitense entendesse que a Serra do Sambê tem potencial maravilhoso. Foi exatamente nesse período que idealizamos a associação turística e decidimos transformar essas belezas naturais em produto turístico. Nesses quase dois anos foram muitas caminhadas e pedaladas por essas trilhas. No caso do riobonitense, nós descobrimos que ‘é possível brincar no quintal de casa, porque ele é cheio de possibilidades – contou o jornalista, Flávio Azevedo; que é um dos integrantes da diretoria do RBC&VB e atua como condutor de visitantes no município.

Curiosidade
Uma das trilhas que chamam a atenção dos visitantes é “Trilha dos Italianos”, pela sua pegada histórica, cultural e algum folclore. Um dos #CaminhosdeRioBonito, ela leva ao local onde no início do século existiu uma colônia de italianos que vieram da Lombardia. Nesse local, em 13/01/1939, caiu o hidroavião Marimbá. A aeronave que vinha de Belém/PA, depois de fazer escala em Vitória/ES, bateu em um dos cumes da Serra do Sambê. O destino era a cidade do Rio de Janeiro. Perderam a vida 10 pessoas, sendo cinco passageiros e cinco tripulantes. Entre eles uma criança.
– O cume onde bateu o Marimbá está distante cerca de 8 km do Centro de Rio Bonito. Os descendentes desses italianos, as famílias, Angeli, Ciccarelli, Moreno, Bertoni; entre outros, ainda vivem na cidade, mas aquele lugar especificamente foi tomado pela floresta. Alguns exploradores ainda vão até lá em busca de um suposto tesouro que estaria no avião. No local ainda é possível ver os sinais da antiga comunidade dos italianos, por exemplo, os dutos que tocavam a usina de gerar energia elétrica e o engenho – finalizou Flávio.

Fonte: Raquel Morais/Jornal A Tribuna

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